A Europa tem um patrimônio cultural imenso, disso não há dúvidas. Pois bem. Este é o segundo filme que eu vejo daquele continente que utiliza um certo pretexto para divulgar, no cinema, uma obra já tradicional, no caso Eurídice, de Jean Anouilh. O primeiro foi César deve morrer, dos irmãos Taviani.
O filme, dirigido pelo conhecido Alain Resnais, mostra atores e atrizes representando a si mesmos. O mote é a morte de um determinado diretor, que os chama para a leitura do seu testamento. Pois então. Aparece o morto na tela e lhes pede uma posição quanto à encenação da obra Eurídice por uma companhia iniciante. Tudo se passa a partir daí.
A partir daí, o quê? A peça, claro. Encenada por várias Eurídices, vários Orfeus, vários outros personagens. Tudo de forma tal que esquecemos a que viemos. Somos, assim como no filme dos Taviani, conduzidos pela mão à trama tão bem colada por esses que ficaram para a tradição. Uma beleza.
De vez em quando reparo que as artimanhas da arte gráfica deixam algo a dever. Mas o fato é que os letreiros ao começo já prenunciavam a artesanía da jogada. Ao final, novas reviravoltas que não irei contar. Mas tudo muito agradável. Uma leve diversão. Nada melhor para terminar o domingo. Saio feliz. Realmente sem a tradição, bom, sei lá.
Comentários