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Mostrando postagens de outubro, 2012

oresteia I, de ésquilo, direção roberto alvim

(restou muito pouco a apreender e a dizer, mas o problema foi meu) assisti oresteia i, do ésquilo, no noir, com direção do roberto alvim. não sei se foi porque a galdino desceu a lenha em dois babacas que estavam gargalhando, sei lá por quê, ou pela complexidade do texto, ou porque eu estava nas nuvens, mas o fato é que não consegui entender nem aproveitar. uma pena, pois - soube depois - fora o último dia. a história gira em torno de clitemnestra, cuja filha fora morta como sacrifício para que orestes ganhasse a guerra de tróia, e que passou a trair o marido. ele descobre e ela o mata. não há ação na encenação. nem a morte aparece - orestes permanece de pé. bom, como eu disse, fiquei a ver navios. não consigo comentar muito mais. pena.
viajei nessa peça do ésquilo. não consegui me concentrar. não sei se porque a galdino falou o que falou para uns babacas na plateia antes do espetáculo (e senti que isso a afetou profundamente) ou se pela complexidade do texto ou pela encenação. sei apenas que não consegui me concentrar. foi uma pena, pois - soube depois - fora essa a última apresentação. como sempre, eu queria ver de novo. mas desta vez não iria poder ser. a trama envolve

ontem oresteia I, mas comento depois

ontem assisti oresteia I, no club noir, com a galdino e cia, direção roberto alvim. foi legal, mas aconteceu de novo essa tristeza de ter de conviver com público mal-educado. levaram na chincha, pelo menos. na peça em si eu boiei bastante. não sei por quê. acho que algo me distraiu. mas foi bonito, sim, e logo comento (não venho tendo tempo).

trono

ontem, conversando com a val e a ka, e encontrando um produtor e um ator, deu para ter uma visão mais distanciada do meio não serve de nada entronar ninguém. o teatro funciona independente de qualquer frufru. aprender, sempre. entronizar, jamais.

Rock'n Roll, de Tom Stoppard (lendo)

eu já nutria algum interesse pelo checo que vive na inglaterra quando vi a peça rock'n roll na cultura. lembro-me de haver comprado, mas não sei mais em que ponto do apartamento está. passaram-se alguns anos e algumas coisas aconteceram. primeira foi ler umas entrevistas do vaclav havel num livro achado em sebo (e que perdi no aeroporto). comprei um novo exemplar num sebo pela internet. a trajetória da democracia checa após a invasão russa é fascinante. soube então da banca the plastics (.esqueci.) of the universe. pensei em fazer algo a respeito. o stoppard já havia feito. é a peça a que me refiro. um libelo a favor da liberdade, usando o rock como pano de fundo e como afirmação da liberdade. apareceram algumas das peças do stoppard traduzidas. rock'n roll é uma delas. o estilo do stoppard não me agrada muito. ao que parece, há muito dito nessas linhas, mas me cansa ter de ir atrás para perceber o que é. mesmo assim, alguma atração exerce. estou na metade. vocês viram,

enigma

é terrível viver movido a adrenalina. é como se a vida, simplesmente bem vivida, não fosse suficiente. a gente se coloca mais e mais à margem da normalidade a ponto de estranharmos quando as coisas surgem sem fricção, sem atrito. aprontar-se para uma apresentação, naquilo que envolve gente e personalidades as mais diversas, é algo complexo. ainda mais quando o heat cruza a esquina, correndo atrás de nós, que fugimos como desesperados de contas no negativo e de fracassos no ensaio e no palco. sofre-se muito, mas ganha-se muito mais. problema é não conseguir coadunar horários. ainda mais quando surgem outros problemas de ordem mais prosaica, em nossas residências, que é aquilo a que me refiro. dormir bem não é apenas uma necessidade, nesses casos. é fundamental. nossos corpos são que estão em evidência, nossos reflexos, nosso élan ou nosso tônus. caio fora pensando em como melhorar ou emburacar o que já existe. que já existe por si. mas que precisa de algo mais para ampliar os horizon

passos à frente, um enorme preço a pagar

no sábado, eu quase assisti uma peça. quase porque, preocupado com o horário como sempre sou, preferi deixar de lado para chegar antes no ensaio. deveria ter assistido porque o tempo daria mais do que o suficiente. já no domingo eu podia ter assistido outra, às 20h. mas correndo o tempo não deu. hoje também estarei numa correria desgraçada, e o teatro puxando tudo. aprendendo horrores, mas o preço a pagar sendo bem alto. eu assumi compromissos demais e meu corpo não soube acompanhar. agora estou atrasado de forma inapelável nessa que poderia ter sido minha saída. eu não estava preparado. em fase de ensaios, percebo o quanto a insistência no ensaio é importante. o resultado muda completamente. aquilo que falta fica claro no espectador. o teatro é uma arte cara, em todos os sentidos. cobra demais de todos. o régis me avisou que eu estava entrando numa parada muito dura, muito mais dura do que eu achava. não só por isso mesmo, eu concordo. o mundo é cruel. tudo rola como a pedra de sís

enquanto o universo não vem

dou um tempo enquanto dá. reflito sobre o que eu quero com o teatro. não vou dizer. pode parecer arrogante. e é. mas tudo bem. digo apenas que convivendo com universos díspares me dou conta mais do que nunca do lugar reservado àqueles que preferem criar novos mundos a viver em meio aos nossos. o nelson rodrigues tem um universo particular no qual poucos entram. entra a cena, entram os personagens, as pessoas de carne e osso não são interessantes o suficiente para povoá-lo. não me lembro de detalhes da bio do ruy castro. sei apenas que o nelson virou grife. grife que ninguém consegue comprar. recentes, especialmente do estrangeiro, deixam a desejar. não me animo a trocar idéias com gente que mal saiu da infância. os debates ou embates que vejo em palcos por aí, levantados por gente outra, me dão tédio. coisas aquelas são de classe média, a maioria. dificilmente roçam a vida real. nem por isso eu diria que o plínio marcos seria contraponto. não, o plínio não era contraponto a nada. el

Tempo

a falta absoluta de tempo tem me feito não conseguir assistir Oresteia 1, do Ésquilo, direção Roberto Alvim, e Happicyno, da Kaufman, também no club noir. sim, estou como sempre curioso com respeito às soluções encontradas pelo Alvim e pela Galdino, mas não sei por que estou também mais aberto a tradicionalismos, após assistir o Toda Nudez, do Nélson, com direção do Antunes. dirão ser estranho eu dizer que não sei por quê, e por outro lado dizer que isso aconteceu depois do espetáculo. acontece que aos poucos caio na vala do teatro como um todo e começo a deixar de lado uma certa e saudável independência. por isso tenho de ter cuidado. há muito mais aqui do que vejo. tem de haver.

Toda Nudez Será Castigada (texto: Nelson Rodrigues; direção Antunes Filho)

Tem tanta gente que acha que entrar no CPT é cruzar a ponte que leva à salvação que torna-se quase uma obrigação assistir às peças de Antunes Filho (ainda mais agora, em que de forma indireta bebo de sua fonte com a ajuda de uma infinidade de colegas, amigas e amigos). Eu, de minha parte, nutro uma extrema admiração ao seu trabalho, ao seu método e à sua disciplina, algo de que, considero, ninguém deveria abrir mão como exemplo a seguir. Mas precisamos também nos sentir livres para sentir e não simplesmente para aplaudir. Antes de mais nada, deixem-me dizer-lhes que tenho me topado com diversas atrizes e aspirantes que viram esta última encenação de Toda Nudez e que me disseram ter ficado decepcionadas. Ora dizem que esse teatro já passou, ora me dizem que é muito teatral, ora preferem ficar caladas, sem justificar suas posições – se é que são posições. Não importa. Fiquei bem na primeira fileira, bem ao centro. Quase dava para cheirar os atores. E o que vi? Simplicidade, ener

Uma Pilha de Pratos na Cozinha (texto: Mário Bortolotto; com Paula Cohen, Eldo, Batata e "Daniel")

Não é a primeira vez que assisto essa peça do Marião. Da primeira vez, eu não curti muito, não sei por quê. Eu ainda estava me familiarizando com o quê do teatro, acho. Eu permanecia meio alheio a filigranas que fazem as coisas importarem mais ou menos, a depender da encenação e de nossos dias. Desta vez, assisti duas vezes. Na sexta e no sábado. A trama é singela: eldo faz um cara (esqueci o nome), autointitulado misantropo, que tenta esquecer o chifre que a cris lhe deu, fugindo com um cara - e tendo ficado com três antes de largá-lo. Só que ela tem uma doença terminal e chega tentando deixar as coisas em pratos limpos. Sem trocadilho com o título da peça. Enquanto isso, Daniel permanece em diálogo surdo com o personagem de eldo, dialoga toscamente com Cris e o Batata faz um síndico em busca de cocaína para tirá-lo da fissura. O síndico é homossexual enrustido e evangélico. Adoro ver o Batata bancando o bicha enrustida evangélica. O personagem do Daniel exagera, é caricato,

mundos, novos mundos e brechas por aí

a oficina que fiz de figurino com a dani(elle cabral) deu-me acesso a uma série de peças que não conseguiria achar nas livrarias. caí de boca. muitas da sarah kane, uma do sérgio blanco, várias do bortolotto, etc. e tal. esbaldei-me. não consegui criar um figurino à altura de o amor de fedra, dado meu desconhecimento e limitações, mas estou na área. as peças estão numa estante, como originais - tenho várias outras. espero ainda uma peça do marião. ontem peguei na net uma peça da adélia nicolete, rubros, a partir de indicação da rebeca, e quase terminei a sua leitura. deu-me uma impressão similar à das peças do marião, como se houvesse um universo à minha espreita, e abriu-me algumas comportas. senti impressões fortes. hoje termino a leitura. apesar do realismo ou naturalismo reinantes, algo que me irrita um pouco, percebo como meus horizontes se ampliam cada vez mais. realmente incrível como as leituras ampliam minha experiência no mundo. é como se entrasse em universos outros, co

linhas, somente

venho deixando que o teatro entre em minha vida. mas não é APENAS no teatro que eu quero estar. é na vida. explico. não consigo gostar da vida que passa à minha frente. tão entediante. tão chocha. não porque eu seja pobre, e sou. e ser pobre é ver o tempo passar. não, não é por isso. é porque avancei demais no conhecimento, no fruir das sensações intelectuais, e pouco consegue acrescentar a isso que eu vejo todo dia. não consigo rir direito. nada me faz rir. nada me faz chorar. nada faz com que me espante. passo a vida como que numa bolha, tendo onde trabalhar, o que comer, como pagar as contas. mas sinto um vazio enorme. não que sinta solidão. não sinto. mesmo agora, que estou há mais de um ano sozinho, após ter-me separado, não sinto solidão, não. gosto, sim, de estar com os amigos, e melhor mesmo com amigas, mas não me sinto isolado. tenho muito a fazer. o problema é que, se por um lado tenho léguas e léguas a percorrer, do outro as peças me chamam, e passo a vida em meio a e

Aqui (texto: Martina Sohn Fischer, direção Juliana Galdino)

Terceiro espetáculo da mostra de Dramaturgia Contemporânea do Club Noir (Roberto Alvim e Juliana Galdino), Aqui usa e abusa de jogos de luz e sombra, focos narrativos voltados a faces de personagens de contos de fadas, movimentos rarefeitos e impressões derivadas de falas introjetadas, dentre outros efeitos cênicos, para causar efeitos sinestésicos poderosos a partir de um texto com vários emissores que se propõe causar efeito descolado do realismo vigente no teatro contemporâneo (que tende, nesse teatro, a dominar os universos de personagens humanos). O texto de Fischer não parece ter começo, meio e fim. Os emissores não têm nome e o texto é quase sempre metafórico, usa de pleonasmos e de diversos recursos de linguagem que deixam, contudo, bastante liberdade a quem se propõe encená-lo. Juliana Galdino, no caso, opta por ressaltar um visual arquetípico de contos de fadas (há branca de neve, bruxa má, homem-lobo) e apostar em diversas conclusões de atos que nos levam a considerar a s

Aberdeen – Um Possível Kurt Cobain (texto Sérgio Roveri, atuação Nicolas Trevijano, direção José Roberto Jardim)

Fui convencido a assistir Aberdeen pelo Kiko Rieser, num papo lá nos Parlapatões. Eu já queria ver a peça há tempos, mas a distância e os horários não permitiam. Tive de desmarcar encontro com o pessoal do Cemitério dos Automóveis e ir correndo ao Cacilda Becker, que eu não conhecia. Jantei uma rabada esperando o início do espetáculo. Tudo se passa numa área retangular, no palco, com a plateia a poucos passos da ação. A iluminação é parca mas perfeitamente demarcada. Tudo bem sua função. Revestem o piso folhas de caderno, algumas delas escritas, num efeito que já me causa certa antipatia. Conheço o Kurt desde a leitura de sua biografia, Mais Pesado que o Céu. No meu caso, o conhecimento da pessoa se deu antes de haver apreciado seu trabalho, e saí acabado da leitura. Interessei-me bastante pelo Kurt, comprando alguns cds e um vídeo em inglês que por enquanto nem consigo entender (tive de importá-lo). Comprei inclusive uma edição facsimilar de alguns de seus cadernos, e um livro ca