Terceiro espetáculo da mostra de Dramaturgia Contemporânea do Club Noir (Roberto Alvim e Juliana Galdino), Aqui usa e abusa de jogos de luz e sombra, focos narrativos voltados a faces de personagens de contos de fadas, movimentos rarefeitos e impressões derivadas de falas introjetadas, dentre outros efeitos cênicos, para causar efeitos sinestésicos poderosos a partir de um texto com vários emissores que se propõe causar efeito descolado do realismo vigente no teatro contemporâneo (que tende, nesse teatro, a dominar os universos de personagens humanos).
O texto de Fischer não parece ter começo, meio e fim. Os emissores não têm nome e o texto é quase sempre metafórico, usa de pleonasmos e de diversos recursos de linguagem que deixam, contudo, bastante liberdade a quem se propõe encená-lo. Juliana Galdino, no caso, opta por ressaltar um visual arquetípico de contos de fadas (há branca de neve, bruxa má, homem-lobo) e apostar em diversas conclusões de atos que nos levam a considerar a solidão e ausência de sentido do ser humano. Difícil deixar de sentir claustrofobia e pânico, um ato após o outro.
Como linha mestra no espetáculo, a indefinição de “ser” leva-nos a experimentar a sensação de irmos pouco a pouco nos voltando ao pó inicial do qual o ser humano e cada humano em particular deriva. O pó, nesse caso, é ressaltado como fase terminal do ser no universo, e as fases de tentar incorporar-se, por exemplo, à beleza do material (o vidro, em um dos anos), uma tentativa vã que nos levaria, por via dolorosa (por meio do sangue), ao fim previamente anunciado. A carne, o pó, a incapacidade de apreender-se levam-nos a questionar o que somos, onde estamos e o que queremos – SE queremos.
Para melhor apreender a peça, tentarei vê-la novamente esta quinta. E comprar o livro com ela e mais outra – a próxima da série.
O texto de Fischer não parece ter começo, meio e fim. Os emissores não têm nome e o texto é quase sempre metafórico, usa de pleonasmos e de diversos recursos de linguagem que deixam, contudo, bastante liberdade a quem se propõe encená-lo. Juliana Galdino, no caso, opta por ressaltar um visual arquetípico de contos de fadas (há branca de neve, bruxa má, homem-lobo) e apostar em diversas conclusões de atos que nos levam a considerar a solidão e ausência de sentido do ser humano. Difícil deixar de sentir claustrofobia e pânico, um ato após o outro.
Como linha mestra no espetáculo, a indefinição de “ser” leva-nos a experimentar a sensação de irmos pouco a pouco nos voltando ao pó inicial do qual o ser humano e cada humano em particular deriva. O pó, nesse caso, é ressaltado como fase terminal do ser no universo, e as fases de tentar incorporar-se, por exemplo, à beleza do material (o vidro, em um dos anos), uma tentativa vã que nos levaria, por via dolorosa (por meio do sangue), ao fim previamente anunciado. A carne, o pó, a incapacidade de apreender-se levam-nos a questionar o que somos, onde estamos e o que queremos – SE queremos.
Para melhor apreender a peça, tentarei vê-la novamente esta quinta. E comprar o livro com ela e mais outra – a próxima da série.
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