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Mostrando postagens de dezembro, 2013

no teatro, a gente jamais está só

soube por um post do marião do falecimento do fauzi arap. é estranho, mas o fauzi adquirira tons de mito mesmo desde antes de ouvir falar dele pela boca do loureiro. e um mito como sempre inacessível. como se ele tivesse se trancado ao mundo. pelo menos era isso que eu podia inferir. vez ou outra, via o nome dele num e noutro post e a curiosidade aumentava. mas o fato é que venho descobrindo que há pessoas e lições em direção das quais a gente não deve ir atrás. ocorre porém que, se bem venho entendendo, algo do teatro do fauzi não me parece ser estranho. pois, verificando o quanto é verdade que os mestres ditam o rumo do teatro por meio de seus pupilos, entendo que algo do método fauzi deve ter me sido cedido, com muita boa vontade, nas lições e no simples convívio com alguns de seus pupilos diletos que considero meus amigos. a singeleza. o domínio do que faz. a educação. jamais levantar a voz. sempre compreender. a rigidez na atribuição do papel de cada um. a necessidade de exigir

debate

ontem quase vou assistir um debate. não fui e aproveitei bem a noite. fiquei sabendo que quase ninguém foi ao dito. tá certo, um debate vale pelo debate. mas, sei lá, acho que não dá para ficar tudo entre amigos. é preciso trazer sempre alguéns de fora. alguéNS. pois fico sabendo, por um artigo do Michel Laub na Piauí, que lá em frankfurt uma cidade de 20 mil habitantes consegue trazer 80 pessoas na plateia de um debate. aqui, às vezes falamos com um e outro, e olha lá. não quer dizer que sejamos tão ignorantes, acho eu. mas fato é que as prioridades culturais da grande maioria vão em direções, diria, mais escatológicas. falta um diálogo, aqui. não acredito que não haja mais esperança.

novela

nunca assisti uma novela como assisto amor à vida. agora entendo a fissura que o espectador tem com reviravoltas na trama. agora entendo esse negócio de "novela pegar". digo, não que entenda, agora eu sinto o drama. é curioso que no caso de amor à vida sinto que todos os personagens possuem demasiadas arestas, e que são elas que lhes permitem criar subtramas que, de alguma forma, cativam o espectador. temos a gorda que se separa para se aceitar melhor. temos a amiga da gorda que não consegue se separar de um sujeito que é casado com uma advogada que lhe dá chifre com a primeira (amiga da gorda). temos a piranha que casa com um homem muito mais velho para se vingar. temos a esposa do sujeito mais velho que condenou à cadeia a babá que não conseguiu evitar a morte do filho. temos o filho caçula que aprontou com quase todos e que agora está na merda, vendendo cachorro quente. temos a médica, filha do homem mais velho, que teve uma filha com um sujeito que é artista reco

conceito e verdade sensorial

minha formação é multidisciplinar, ou mesmo interdisciplinar. inclui jornalismo, marketing, filosofia, ciência política, estratégia, letras, artes plásticas e teatro. com laivos de economia. por isso, consigo navegar em vários âmbitos. mas há um ponto negativo em tudo isso. algo faz com que crie em mim uma distância mortal de textos de especialistas. como se desconfiasse das tramas conceituais de gente que fica apenas em sua casinha. por outro lado, minha formação recente em artes faz-me dar uma importância atroz a argumentações que revelem, em si, algo mais do que apenas o conceitual. dessa forma, textos fracos ou mesmo anódinos às vezes me revelam mais do que textos verdadeiramente profundos. pois é dos insights que a verdade sensorial aparece. e ela nem sempre vale como conceito. é isso.