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Mostrando postagens de janeiro, 2015

Breve reflexão sobre a dor e o amor

Rodrigo Contrera A sabedoria popular diz que a gente não leva nada da vida, tirando quem sabe a lembrança. É muitas vezes desse tipo de argumento que muitos, premidos às vezes por necessidades econômicas, acham força para continuar. Não se deixam afetar pelas adversidades, e muitas vezes as superam. Essas pessoas não são bem idealistas: estão mais vacinadas contra ilusões. Outros, mais pessimistas, tendem a depositar mais fé naquilo que conquistam, que dá para pegar, que é material – dinheiro, mulher, etc. Estes não se preocupam muito com a suposta vida após a morte. Lutam por coisas que lhes fazem bem agora, enquanto estão vivos. Também não dão tanta importância a valores (como paixão, amor, etc.) ou a sensações. Todos nós enfrentamos dificuldades, é certo. Há aqueles que sabem lidar melhor com elas, e outros que não o conseguem. Durante as aflições, surge a dor. Diante da dor, a gente pode capotar ou resistir. Passada a dor, algo sempre fica. Às vezes como resultado aparecem

A arte necessita de educação e ética

Rodrigo Contrera Sou ator há 1 ano e 4 meses, se não me engano. Entrei na área convidado por um diretor amigo meu. Ele viu um personagem que tinha a minha cara e não vacilou. Nem eu, que entrei no jogo e fiz minha parte. Teve muita coisa aprendida e bastante a fazer. Em teatro, nenhum papel acaba quando termina a temporada. Eu já mexia com teatro há 6 anos. Assistira ensaios em coxias, assistira peças muito diversificadas em lugares os mais diversos, escrevera em blogs meus a respeito, lera muito sobre teoria, prática e principalmente história, fizera pequenas peças para apresentação em festivais, montara uma grande, e fizera muitos amigos em diversas companhias. Montei inclusive um grupo próprio, cujas duplas se apresentam em bares. Depois do meu primeiro papel, fiz mais 7, todos pequenos em peças do mesmo grupo daquele diretor. Aprendi bastante, mas sei que em atuação – e direção – o aprendizado, além de constante, leva vidas. Daí que resolvi tentar aprender atuando em cur

Schiele, Guayasamín e Grünewald

A belga indiscreta

Bela como uma flor selvagem (sei, pode parecer uma breguice sem tamanho, mas é verdade), esta belga que não é da Bélgica mas que nutre um profundo desprezo por aquilo que sua França (no caso, de Rennes) causou nestas paragens outrora e até agora ainda deixa sinais de que na infância comportava-se como um animal que não queria passar os dias em jaulas. Ela diz que tem os pés esfolados até agora – passados 37 anos. Ela também diz que algo de sua trajetória ela realmente deve a esse seu caráter virtualmente indomável – quem sabe, embora deixe claro que busca um caminho mais suave, de olho no olho e conversa em bom francês, em palavras e gestos. Mas o maior sinal de sua selvageria parece, a quem não a conhece tanto, embora a conheça bem, de sua incapacidade em manter às vezes a seriedade e traduzir esse inconformismo nos trejeitos que adora fazer, como boa palhaça da vida. Tradutora de boa cepa, com dedicação exclusiva a essa arte, que só lhe toma mais tempo que o seu amor por Margu

Artes - Francis Bacon e Lucien Freud

Minha primeira experiência teatral – e pedagógica – com crianças

Teatro - Pedagogia Rodrigo Contrera Eu estava refletindo sobre o que devia fazer para conseguir aceitar e aprender a tocar a ideia de um curta-metragem, proposto por um vídeomaker experiente, quando algumas garotas, de 10 a 15 anos, em média, falaram comigo no pátio do conjunto de prédios onde moro, em Taboão da Serra. Uma delas, a Ives, se não me engano, me abordou e disse: - você é estranho. Eu respeito que tudo bem, e o que mais? Então ela disse, com a colaboração de uma amiga, que elas achavam que eu morava sozinho no meu apartamento. Eu concordei e disse qual seria o problema. Lembro também que antes do pequeno diálogo, que iria se estender, um garoto veio me contar, meio choroso, que elas estavam falando sobre mim. Recordo que na hora lembrei-me que eu era assim, como esse garoto. Tentando falar a verdade e agradar os mais velhos. Voltando ao diálogo com elas. Começamos, a Ives e outras garotas, umas 3 ou 4, a conversar. Elas reclamaram da nova empresa de segurança