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Mostrando postagens de outubro, 2014

Badiou's On Beckett

O que é interesssante no livro do badiou sobre beckett é que já pelo começo ele se propõe a discorrer, de forma hipotética, sobre algumas obviedades que os outros - especialmente os brasileiros - preferem não encarar. Badiou refere-se por exemplo ao caráter do Beckett em inglês e em francês. Em que medida eles são diferentes? Isso já no prefácio do autor. Realmente o Beckett em um não é o mesmo de em outro. Em inglês ele parece menos filosófico, mais chapado nas verdades que ele diz, verdades que aparentam certa ironia subjacente. Em francês, ele como que cai na vertente do filosofar francês, cedendo a uma singeleza de falar que parece nos conduzir aos dilemas do ser. Outro aspecto interessante das leituras de Badiou é que ele afirma coisas difíceis de afirmar mas que ajudam sobremaneira a compreensão - de Beckett e mesmo dele. Seria fácil por exemplo dizer que os opostos de Beckett levam necessariamente à dialética hegeliana. Muito falso, segundo Badiou. Falso a ponto de denotar

Umas linhas sobre reflexões necessárias

O mundo se tornou complexo demais e impossível de parar. O que sabemos hoje amanhã (ou hoje mesmo) é colocado em questão. Ninguém pode se dar mais ao luxo de escrever asneiras em qualquer lugar. Recebe respostas imediatas e muitas vezes precisa se retratar. Os campos de estudo parecem viver uma confusão enorme. O que para muitos é definitivo para outros já foi há muito ultrapassado. Para outros ainda, muito do que existe na prática ainda não existe em teoria. Estamos sempre atrasados. Cidades pequenas surpreendem-nos com espetáculos inovadores sem parecerem aproveitar qualquer tradição. Que tradições são agora válidas?, pensamos. Muitos critérios de qualidade escondem apenas critérios de classe. Outros escondem ignorâncias incômodas em relação ao OUTRO. Nesse momento em que tudo parece se esfumar, é preciso calma. O que queremos ao escrever? O que queremos ao fazer? O que queremos ao refletir?  Em dança, como em outros campos, tudo parece explodir. Novidades parecem surgir

Laban

Tenho certa relutância em embarcar nos ensinamentos de um Laban, pois percebo que em mim terei de lidar com insuficiências, incapacidades, e não sei bem se ele trata desse tipo de assunto. Parece na verdade mal haver bibliografia e indicações de âmbito comum quanto a como lidar com insuficiências não querendo restringir-se a elas.  Mas enrolo.  Fato é que as linhas de Louppe mal parecem acrescentar, e que preciso embarcar em caminho próprio se quiser ganhar algo nesse sentido. Realmente não sei se estou viajando com os Corpos Nômades. Não devo ter muita chance mesmo. Mas não posso por outro lado desconsiderar que caso passe precise desenvolver saídas em prazos bem exíguos.