O mundo se tornou complexo demais e impossível de parar.
O que sabemos hoje amanhã (ou hoje mesmo) é colocado em questão.
Ninguém pode se dar mais ao luxo de escrever asneiras em qualquer lugar. Recebe respostas imediatas e muitas vezes precisa se retratar.
Os campos de estudo parecem viver uma confusão enorme. O que para muitos é definitivo para outros já foi há muito ultrapassado. Para outros ainda, muito do que existe na prática ainda não existe em teoria. Estamos sempre atrasados. Cidades pequenas surpreendem-nos com espetáculos inovadores sem parecerem aproveitar qualquer tradição. Que tradições são agora válidas?, pensamos. Muitos critérios de qualidade escondem apenas critérios de classe. Outros escondem ignorâncias incômodas em relação ao OUTRO.
Nesse momento em que tudo parece se esfumar, é preciso calma. O que queremos ao escrever? O que queremos ao fazer? O que queremos ao refletir?
Em dança, como em outros campos, tudo parece explodir. Novidades parecem surgir a todo momento - será ignorância minha? -, opções que antes pareciam proibitivas hoje são padrão. Tudo parece avançar de tal maneira que nada parece permanecer.
Nesse panorama, crio um espetáculo. Não proponho novidades. Quero ajuda. Irei convidar amigos para me dirigirem. Irei convidar amigos para me acompanharem. Porque não estou só. O que faço tem relevância - ao menos é isso o que pretendo provar.
Continuo lendo e refletindo sem parar. Mas é preciso dormir. O mundo espera.
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