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Mostrando postagens de setembro, 2011

Julia Bobrow

Quando e como você se descobriu atriz? Desde criança eu dizia que queria ser atriz. Na tenra infância minha brincadeira preferida era "fazer teatro", convocando amigas para contracenar. Até minha irmã era chamada para o papel de direção. Também sempre explorei o universo dos monólogos, agregando figurinos, cenários e um roteiro inventivo. Depois a família toda era chamada para a apresentação... E tem platéia melhor do que esta? Você se sentiu lutando com outra opção ou desde cedo já sabia que o seu destino seria esse? Sempre soube. Terminei o colegial e fui direto estudar teatro. Você já quis ser como determinada atriz? Quem foi (ou é) essa atriz? O que ela tem de especial? Eu tenho fases. Muitas atrizes me inspiram e dependendo do meu momento acabo "namorando" uma ou outra. Não nutro idolatria por ninguém, mas tento absorver tecnicamente o que as referências do teatro me apresentam. Como atriz, você busca viver o papel ou, com um certo distanciamento, vivenciá-lo?

o épico, a comédia, e os clássicos que não satisfazem - mais pedro mico, de callado, o retorno ao deserto, de koltés, gente que acredita e um autor

pedro mico, do callado, satisfaz pelo linguajar coloquial, pelas tiradas, e pela coerência dos personagens. lindo deve ser vê-lo encenado - a depender de quem. curta e grossa. um clássico. mas fico pasmo ao ler o retorno ao deserto, de koltés. interessante a contraposição dos personagens, como se fossem energias da natureza. tudo numa linha fina entre a realidade e o sonho. muito interessante mesmo. há tempos não lia nada tão interessante. mando mensagem à maria casadevall e ela topa responder às perguntas. exulto. muito legal como esse pessoal jovem acredita. estou no caminho certo, acreditando nesses que jogam o sangue no palco. agora o próximo será o rodrigo bolzan. daqui a pouco. encontro o nelson campacci (fernando grecco) por email e comprovo: ele ganhou sim um prêmio este ano com vila moscou, teatro épico. teremos de nos encontrar. muito a trocar. * * * já finalizando a hora do teatro épico no brasil, da iná, e realmente me pego lembrando da eca. das discussões da época, que, se

persona, do pessoal do eta, e outros quejandos

é fácil meter o pau. principalmente com atores iniciantes, em formação. mas saio feliz de ver tanto esforço, tanta vontade de pisar no palco para fazer e acontecer. não dá para dizer que tenham sido personagens. mas quase todos deixaram algo a imaginar. desde as garotas que se gostam, bonito dizer isso. até a mãe e amiga. e o falso bicha. e a mulher que é homem. e o gordo que se diz atleta. e o japonês que se diz difusor de dietas infalíveis. etc. esqueci de alguns, acontece. é engraçado. às vezes saio para assistir espetáculos de primeira e saio vazio, sem vontade alguma de relembrar. outras vezes vou assistir algo mais do que previsível mas algo permanece em mim, inquieto. é interessante ver como existem jovens interessados em pisar no palco. mas fico com algo mais. o detalhe realmente impressiona. não há como pisar o palco sem cuidar do corpo. sem cuidar do figurino. sem cuidar dos dentes. e dos movimentos. e da leveza. e do olhar, simplesmente. preciso cuidar do corpo, dos dentes,

sobre hipóteses para o amor e a verdade

já na entrada recebo ligação de um cara que se diz contrarregra. ele pergunta alguns negócios e diz se pode me ligar durante a peça. tudo bem. difícil imaginar que saia algo do que vemos. mas sai. o rodolfo fala da realidade expandida. de um pesquisador da universidade da carolina do norte (acho, algo azuma). esse tipo de novidade não costuma me agradar. pois gosto do teatro puro e simples. e do que podemos sentir dele. mas embarco. bem no começo, a maria casadevall, linda, chama a atenção no canto direito. para defender seu personagem, rebola bem na minha frente, entra num clima com o adão, da peça, que quer engravidar milhares (o genghis khan já conseguiu isso), discute, despe-se numa dança sensual, aparece embalada em plástico, toda nua, defende seu papel, e assim vai. muito gira em torno dela. mas o que rola é muito mais diversificado. um pequeno tour pelo brasil. chamadas por celular. risadas retiradas das tiradas. ator (cujo nome não consigo descobrir) me provoca, o homem bomba s

simplesmente

as últimas peças de ibsen, em versão portuguesa. leio pequeno artigo lá no fim do livro. sinto o drama. realmente há algo nesse tipo de peça que prende a atenção. é a perfeição do naturalismo, realismo, simbolismo, sei lá. sinto-me mais à vontade para pensar o teatro como teatrão mesmo. sem firulas, sem essa intenção de mostrar serviço, à la beckett. simplesmente teatro. ... e o colar de coral, do callado, que não me acrescenta nada. NADA.

"frankel", de antonio callado

leio "frankel", de antonio callado. há vezes em que acho que o problema de algumas peças é simplesmente sua verossimilhança. esse é o problema desta que acabo de ler. leiam e me respondam: o objetivo de frankel faz algum sentido? muito estranho, isso. de resto, é agil e bem construída.