Pular para o conteúdo principal

persona, do pessoal do eta, e outros quejandos

é fácil meter o pau.
principalmente com atores iniciantes, em formação.
mas saio feliz de ver tanto esforço, tanta vontade de pisar no palco para fazer e acontecer.
não dá para dizer que tenham sido personagens. mas quase todos deixaram algo a imaginar.
desde as garotas que se gostam, bonito dizer isso. até a mãe e amiga.
e o falso bicha. e a mulher que é homem. e o gordo que se diz atleta. e o japonês que se diz difusor de dietas infalíveis. etc.
esqueci de alguns, acontece.
é engraçado.
às vezes saio para assistir espetáculos de primeira e saio vazio, sem vontade alguma de relembrar.
outras vezes vou assistir algo mais do que previsível mas algo permanece em mim, inquieto.
é interessante ver como existem jovens interessados em pisar no palco.
mas fico com algo mais.
o detalhe realmente impressiona.
não há como pisar o palco sem cuidar do corpo. sem cuidar do figurino. sem cuidar dos dentes. e dos movimentos. e da leveza. e do olhar, simplesmente.
preciso cuidar do corpo, dos dentes, do olhar. de tudo. se quiser pisar no palco para valer.
...
comento agora pessoas que se vão.
se vão aos poucos, deixando de responder emails, pedindo para ligar mais tarde, deixando recados no facebook. é triste? não, não é. é a vida, mesmo.
resta-nos continuar correndo, acreditando naquilo que ninguém vê. ou ousa ver.
não tenho tempo. tantos no meio do caminho.
não há como ter tempo para refletir em quem não reflete.
...
tentarei cartas de amor a stálin no próprio sábado. caso chegue a tempo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Gargólios, de Gerald Thomas

Da primeira vez que assisti a Gargólios, do Gerald (Thomas), na estréia, achei que não havia entendido. Alguns problemas aconteceram durante o espetáculo (a jovem pendurada, sangrando, passou mal duas vezes, as legendas estavam fora de sincronia, etc.) e um clima estranho parecia haver tomado conta do elenco - ou pelo menos assim eu percebi. De resto, entrei mudo e saí calado. Mas eu já havia combinado assistir novamente o espetáculo, com a Franciny e a Lulu. Minha opinião era de que o Gerald, como de praxe, iria mexer no resultado. Por isso, a opinião ficaria para depois. À la Kant, suspendi meu juízo. Ontem assisti pela segunda vez ao espetáculo. E para minha surpresa muito pouco mudou. Então era isso mesmo. Lembro de que minha última imagem do palco foi ter visto o Gerald saindo orgulhoso. A Franciny disse meu nome a alguem da produção, pedindo para falar com o Gerald. Ele não iria atender, e não atendeu. Lembro-me agora de Terra em trânsito, a peça dele com a Fabi (Fabiana Guglielm

(Em) Branco (de Patricia Kamis, dir. Roberto Alvim, Club Noir, 3as a 5as durante o mês de agosto)

Fui à estreia da segunda peça da leva de oito novos selecionados que o Alvim vai encenar municiado de sua leitura na noite anterior. Esperava ver algo relativamente tradicional e nutria um certo receio de déja vu. A atriz e os dois atores permanecem estáticos em quadrados iluminados por baixo. O caráter estático não se refere apenas ao corpo em contraponto com o rosto, mas também a este, mutável apenas (e repentinamente) por expressões fugazes. Os olhares permanecem fixos. O texto segue a ordem 1, 2, 3 (segundo o Alvim, emissores mas não sujeitos), que eu imaginava que iria entediar. As falas são ora fugazes ora propositalmente lentas e sua relação tem muito a ver com o tempo assumido em um e outro momento. Não irei entrar no âmago da peça. Nem irei reproduzir o que a própria autora, o dramaturgo Luciano Mazza e o próprio Alvim disseram no debate posterior a ela. Direi apenas que durante ela nossa sensibilidade é jogada de um lado a outro num contínuo aparentemente sem fim sem c