Pular para o conteúdo principal

sobre hipóteses para o amor e a verdade

já na entrada recebo ligação de um cara que se diz contrarregra. ele pergunta alguns negócios e diz se pode me ligar durante a peça. tudo bem.
difícil imaginar que saia algo do que vemos. mas sai.
o rodolfo fala da realidade expandida. de um pesquisador da universidade da carolina do norte (acho, algo azuma).
esse tipo de novidade não costuma me agradar. pois gosto do teatro puro e simples. e do que podemos sentir dele.
mas embarco.
bem no começo, a maria casadevall, linda, chama a atenção no canto direito.
para defender seu personagem, rebola bem na minha frente, entra num clima com o adão, da peça, que quer engravidar milhares (o genghis khan já conseguiu isso), discute, despe-se numa dança sensual, aparece embalada em plástico, toda nua, defende seu papel, e assim vai.
muito gira em torno dela.
mas o que rola é muito mais diversificado.
um pequeno tour pelo brasil. chamadas por celular. risadas retiradas das tiradas. ator (cujo nome não consigo descobrir) me provoca, o homem bomba se defende, tudo acontece meio que de repente, e todos ficam encafifados com tanto dinamismo que parece não levar a nada.
no final, ainda estou vivo. achei fraco.
o espetáculo todo leva tempo para ser digerido. a gente sai meio para lá e para cá.
a opção pelo tema de realidade expandida decepciona um pouco. mas o questionamento é válido.
a roosevelt defende sua existência. a pesquisa continua.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Gargólios, de Gerald Thomas

Da primeira vez que assisti a Gargólios, do Gerald (Thomas), na estréia, achei que não havia entendido. Alguns problemas aconteceram durante o espetáculo (a jovem pendurada, sangrando, passou mal duas vezes, as legendas estavam fora de sincronia, etc.) e um clima estranho parecia haver tomado conta do elenco - ou pelo menos assim eu percebi. De resto, entrei mudo e saí calado. Mas eu já havia combinado assistir novamente o espetáculo, com a Franciny e a Lulu. Minha opinião era de que o Gerald, como de praxe, iria mexer no resultado. Por isso, a opinião ficaria para depois. À la Kant, suspendi meu juízo. Ontem assisti pela segunda vez ao espetáculo. E para minha surpresa muito pouco mudou. Então era isso mesmo. Lembro de que minha última imagem do palco foi ter visto o Gerald saindo orgulhoso. A Franciny disse meu nome a alguem da produção, pedindo para falar com o Gerald. Ele não iria atender, e não atendeu. Lembro-me agora de Terra em trânsito, a peça dele com a Fabi (Fabiana Guglielm

(Em) Branco (de Patricia Kamis, dir. Roberto Alvim, Club Noir, 3as a 5as durante o mês de agosto)

Fui à estreia da segunda peça da leva de oito novos selecionados que o Alvim vai encenar municiado de sua leitura na noite anterior. Esperava ver algo relativamente tradicional e nutria um certo receio de déja vu. A atriz e os dois atores permanecem estáticos em quadrados iluminados por baixo. O caráter estático não se refere apenas ao corpo em contraponto com o rosto, mas também a este, mutável apenas (e repentinamente) por expressões fugazes. Os olhares permanecem fixos. O texto segue a ordem 1, 2, 3 (segundo o Alvim, emissores mas não sujeitos), que eu imaginava que iria entediar. As falas são ora fugazes ora propositalmente lentas e sua relação tem muito a ver com o tempo assumido em um e outro momento. Não irei entrar no âmago da peça. Nem irei reproduzir o que a própria autora, o dramaturgo Luciano Mazza e o próprio Alvim disseram no debate posterior a ela. Direi apenas que durante ela nossa sensibilidade é jogada de um lado a outro num contínuo aparentemente sem fim sem c