dou um tempo enquanto dá.
reflito sobre o que eu quero com o teatro. não vou dizer. pode parecer arrogante. e é. mas tudo bem. digo apenas que convivendo com universos díspares me dou conta mais do que nunca do lugar reservado àqueles que preferem criar novos mundos a viver em meio aos nossos.
o nelson rodrigues tem um universo particular no qual poucos entram. entra a cena, entram os personagens, as pessoas de carne e osso não são interessantes o suficiente para povoá-lo. não me lembro de detalhes da bio do ruy castro. sei apenas que o nelson virou grife. grife que ninguém consegue comprar.
recentes, especialmente do estrangeiro, deixam a desejar. não me animo a trocar idéias com gente que mal saiu da infância. os debates ou embates que vejo em palcos por aí, levantados por gente outra, me dão tédio. coisas aquelas são de classe média, a maioria. dificilmente roçam a vida real. nem por isso eu diria que o plínio marcos seria contraponto. não, o plínio não era contraponto a nada. ele simplesmente existia num universo macabro construído com maestria.
encenações, vejo muitas. e assisto a muitas outras na oficina que faço. com o tempo, a gente vai se acostumando e esse é o perigo. o perigo de deixar a peteca cair. sim, ela sempre acerta. aquilo que sinto lá no fundo precisa encontrar alguém que o diga. por enquanto é ela. mas quero independer. sair por aí olhando e vislumbrando sem medo mas com muita competência. que me falta.
quando chego ao centrão, sempre encontro alguém. mas esse alguém me encontra? em geral, não. eu flutuo em meio a cadáveres que não me dá vontade de obrigar-me a ouvir. o beckett é atual porque ele discutia não consigo mesmo, mas com base numa tradição. os que encontro na rua repetem aquilo que aprenderam às próprias custas mas que não serve, salvo a eles, a mais ninguém. interessante notar como alguns se metem a achar que eu posso algo nesse meio do teatro. posso, nada.
se eu tivesse conseguido cumprir com o diário de bordo do pessoal do redimunho estaria com um tesouro nas mãos. mas não tive tempo. ou se tive, precisei gastá-lo de outras formas. chegar em casa acabado não dá espaço para tentar encontrar a si mesmo em elucubrações importantes, sim, mas ainda elucubrações.
lá dizia o marião que talvez eu não tenha mesmo turma. tendo a tentar reagir. mas pode ser bem verdade. sou independente e maluco demais para andar acompanhado. alguns estranharão, VOCÊ, MALUCO? pois é. eu me bloqueio tanto que crio n outras imagens que quase sempre deixam os outros incomodados. vai saber por quê.
eu sei por quê. a verdade dói.
reflito sobre o que eu quero com o teatro. não vou dizer. pode parecer arrogante. e é. mas tudo bem. digo apenas que convivendo com universos díspares me dou conta mais do que nunca do lugar reservado àqueles que preferem criar novos mundos a viver em meio aos nossos.
o nelson rodrigues tem um universo particular no qual poucos entram. entra a cena, entram os personagens, as pessoas de carne e osso não são interessantes o suficiente para povoá-lo. não me lembro de detalhes da bio do ruy castro. sei apenas que o nelson virou grife. grife que ninguém consegue comprar.
recentes, especialmente do estrangeiro, deixam a desejar. não me animo a trocar idéias com gente que mal saiu da infância. os debates ou embates que vejo em palcos por aí, levantados por gente outra, me dão tédio. coisas aquelas são de classe média, a maioria. dificilmente roçam a vida real. nem por isso eu diria que o plínio marcos seria contraponto. não, o plínio não era contraponto a nada. ele simplesmente existia num universo macabro construído com maestria.
encenações, vejo muitas. e assisto a muitas outras na oficina que faço. com o tempo, a gente vai se acostumando e esse é o perigo. o perigo de deixar a peteca cair. sim, ela sempre acerta. aquilo que sinto lá no fundo precisa encontrar alguém que o diga. por enquanto é ela. mas quero independer. sair por aí olhando e vislumbrando sem medo mas com muita competência. que me falta.
quando chego ao centrão, sempre encontro alguém. mas esse alguém me encontra? em geral, não. eu flutuo em meio a cadáveres que não me dá vontade de obrigar-me a ouvir. o beckett é atual porque ele discutia não consigo mesmo, mas com base numa tradição. os que encontro na rua repetem aquilo que aprenderam às próprias custas mas que não serve, salvo a eles, a mais ninguém. interessante notar como alguns se metem a achar que eu posso algo nesse meio do teatro. posso, nada.
se eu tivesse conseguido cumprir com o diário de bordo do pessoal do redimunho estaria com um tesouro nas mãos. mas não tive tempo. ou se tive, precisei gastá-lo de outras formas. chegar em casa acabado não dá espaço para tentar encontrar a si mesmo em elucubrações importantes, sim, mas ainda elucubrações.
lá dizia o marião que talvez eu não tenha mesmo turma. tendo a tentar reagir. mas pode ser bem verdade. sou independente e maluco demais para andar acompanhado. alguns estranharão, VOCÊ, MALUCO? pois é. eu me bloqueio tanto que crio n outras imagens que quase sempre deixam os outros incomodados. vai saber por quê.
eu sei por quê. a verdade dói.
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