Não é a primeira vez que assisto essa peça do Marião.
Da primeira vez, eu não curti muito, não sei por quê. Eu ainda estava me familiarizando com o quê do teatro, acho. Eu permanecia meio alheio a filigranas que fazem as coisas importarem mais ou menos, a depender da encenação e de nossos dias.
Desta vez, assisti duas vezes. Na sexta e no sábado.
A trama é singela: eldo faz um cara (esqueci o nome), autointitulado misantropo, que tenta esquecer o chifre que a cris lhe deu, fugindo com um cara - e tendo ficado com três antes de largá-lo. Só que ela tem uma doença terminal e chega tentando deixar as coisas em pratos limpos. Sem trocadilho com o título da peça. Enquanto isso, Daniel permanece em diálogo surdo com o personagem de eldo, dialoga toscamente com Cris e o Batata faz um síndico em busca de cocaína para tirá-lo da fissura. O síndico é homossexual enrustido e evangélico.
Adoro ver o Batata bancando o bicha enrustida evangélica. O personagem do Daniel exagera, é caricato, mas nada que não deva ser proposital. A Cris, da Paula, é segura e adoro o tom de voz que a Paula lhe dá aqui e acolá. A gente sente o drama.
Tudo gira em torno da morte. Ela está aqui e acolá, rondando, mas neste caso específico no corpo dessa condenada a um fim repentino. Os diálogos são travamos colocando a questão da culpa e da redenção enquanto notamos não haver espaço para concessões. Cada qual é como é e não é porque alguém vai morrer que isso irá mudar. Claro, o tema da traição também ronda o palco, mas ele fica para trás, como se fosse algo de que apenas um misantropo sofresse de forma meio sadomasô. Claro que há empatia na situação do personagem do eldo, mas ela some frequentemente para dar espaço à morte, questão bem mais crua e palpável.
Não vou contar o final. Mas é no final que tudo se resolve. Numa cena lenta e representativa que resume como poucas que eu conheço um sentimento tão difícil de expressar em palavras. A encenação é foda, como o Marião gosta de falar, e não consigo ver nada que me desagrade. O texto flui mais lento que as peças anteriores do Marião deste ano e por isso consigo usufruir melhor. Acho.
Não percam, é lindo. Falei isso a ele e digo isso a qualquer um.
Da primeira vez, eu não curti muito, não sei por quê. Eu ainda estava me familiarizando com o quê do teatro, acho. Eu permanecia meio alheio a filigranas que fazem as coisas importarem mais ou menos, a depender da encenação e de nossos dias.
Desta vez, assisti duas vezes. Na sexta e no sábado.
A trama é singela: eldo faz um cara (esqueci o nome), autointitulado misantropo, que tenta esquecer o chifre que a cris lhe deu, fugindo com um cara - e tendo ficado com três antes de largá-lo. Só que ela tem uma doença terminal e chega tentando deixar as coisas em pratos limpos. Sem trocadilho com o título da peça. Enquanto isso, Daniel permanece em diálogo surdo com o personagem de eldo, dialoga toscamente com Cris e o Batata faz um síndico em busca de cocaína para tirá-lo da fissura. O síndico é homossexual enrustido e evangélico.
Adoro ver o Batata bancando o bicha enrustida evangélica. O personagem do Daniel exagera, é caricato, mas nada que não deva ser proposital. A Cris, da Paula, é segura e adoro o tom de voz que a Paula lhe dá aqui e acolá. A gente sente o drama.
Tudo gira em torno da morte. Ela está aqui e acolá, rondando, mas neste caso específico no corpo dessa condenada a um fim repentino. Os diálogos são travamos colocando a questão da culpa e da redenção enquanto notamos não haver espaço para concessões. Cada qual é como é e não é porque alguém vai morrer que isso irá mudar. Claro, o tema da traição também ronda o palco, mas ele fica para trás, como se fosse algo de que apenas um misantropo sofresse de forma meio sadomasô. Claro que há empatia na situação do personagem do eldo, mas ela some frequentemente para dar espaço à morte, questão bem mais crua e palpável.
Não vou contar o final. Mas é no final que tudo se resolve. Numa cena lenta e representativa que resume como poucas que eu conheço um sentimento tão difícil de expressar em palavras. A encenação é foda, como o Marião gosta de falar, e não consigo ver nada que me desagrade. O texto flui mais lento que as peças anteriores do Marião deste ano e por isso consigo usufruir melhor. Acho.
Não percam, é lindo. Falei isso a ele e digo isso a qualquer um.
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