Conversei longamente com a Lê. Disse a ela o que sentia, mas a maior parte do tempo falamos sobre um negócio que tá acontecendo lá com a turma. Indiquei uma pessoa com a qual ela deveria falar, e ficamos conversados. Topei voltar mas com a condição de que tudo agora seria diferente. Mais intenso. Não quero mais sentir o tempo simplesmente passar.
Fui para casa em seguida e cantei, como muitas vezes tenho feito. Raphael, Motörhead, nada ainda de Inti Illimani (agora há pouco cantei, sim, e mais um Ray Charles e um Erasure). Eu canto bem. Mas não me motivo a ir a encontros, saraus, sei lá, talvez porque sinta que não tenho espaço. Tá tudo ocupado. Não quero ficar lutando com os cotovelos por uma oportunidade para me expressar. Não tenho mais idade para isso.
Sei lá, não acho que valorize o suficiente a palavra para passar o tempo vendo os caras se expressarem, cada um do seu jeito. Talvez eu nem queira ser escritor, e tudo seja apenas uma fuga, mais uma das muitas que coleciono.
Mas chego em casa e lembro da pequena conversa com o Euler. Pego a peça que quero que encenemos, eu no papel de minha vida - por enquanto. Leio, leio, a pequena peça e me emociono. A impressão é essa mesma, ficou. Faço questão. Ele tem de ser meu, tem. Vejamos se terei suficiente sorte, quem sabe.
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