Tenho recebido alguns convites para assistir peças de conhecidos.
Um deles é um rapaz que vez ou outra comenta no face do Marião. Gosto da pegada dele. Prometi que iria ver a peça dele. Ele vai me ver convite. Ok. Meu intuito ao ver algumas peças é dar uma força a gente que está começando, tocando um ou outro ponto, sei lá. A imprensa em geral não dá a mínima a gente que começa, geralmente falando.
Outros me convidam como que sugerindo que eu lhes dê uma força comentando positivamente seu esforço. Acho um porre, isso. São amigos, claro, e torço por eles, mas daí a me escalarem como claque, ou seja, para ser usado, vai uma distância. Tenho certa relutância com gente assim. Prometo que vou, mas desde já digo que irei comentar do meu jeito, e só.
Já outro, que ninguém conhece, nem eu, ou seja, não é nem conhecido sequer por mim, fica sabendo que eu irei. Aí ele me trata como se eu fosse galera, ou seja, para ajudar a lotar o lugar. Caralho, não sou estofado, não sou espuma para ficar preenchendo sei lá o quê. Reclamo e ele não entende. Bom, de minha parte prefiro que permaneça no anonimato geral.
Tenho visto muita coisa legal mas pouca coisa inesquecível. Os festivais pelo jeito estão repletos destes últimos. Mas eu não estou nem aí. Não busco experiências inesquecíveis. Busco um teatro feito com sinceridade, com seriedade, com paixão. Desempenhos memoráveis, direções impecáveis, encenações inesquecíveis me fazem sentir tédio, no geral.
Prefiro algo mais humano. Mais endeble, como se diz em espanhol, ou seja, mais instável, diria que mais sujeito ao erro e a desempenhos apenas medianos.
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