O curta de Honesko, presente durante a exibição, propõe contar uma história com começo, meio e fim. Face tudo o que já vi aqui nos Parlapa, isso chega a ser quase revolucionário. Não careta.
Em takes bem delineados, em que muito é dito com poucos gestos e menos ainda palavras, somos conduzidos a um dilema: a família cigana viajar para enterrar um de seus membros, homem, na terra onde nasceu - conforme seu desejo. Eles precisam colocar o caixão numa caminhonete velha, misturado a pessoas, artigos cotidianos, quem sabe até animais.
São parados por um guarda rodoviário. Após certa altercação com o líder, que mal consegue falar de forma compreensível, o guardo decide reter a carga. Tudo bem. A trupe acampa ali mesmo. O guarda passa a sofrer com a situação até o desfecho de certa forma previsível.
Simpática, a fita. Mas, não sei por quê, sinto que falta algo da premência do tema. Parece uma história contada de pai para filho pequeno, com todo o risco que isso implica - a folclorização do assunto, por exemplo (algo que pode desaparecer caso alguém se decida a ver o mundo da forma deles, os ciganos).
Não importa. O final é simpático e a sensação, bem leve.
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