Ontem à noite, fiz mais uma sessão da oficina do Loureiro.
Nela, algumas cenas foram apresentadas.
Irei deter-me em uma delas para tocar num assunto estranho.
Uma garota nova, a Rê e o Artur fizeram uma cena em que a Rê é mulher dele mas pede separação para ficar com a garota. Rola um excesso de energia, xingamentos, empurrões, puxadas de cabelo, etc.
Foi engraçado. Todo mundo riu. Era legal ver tanta energia.
Mas, pensando bem, foi legal? Ou seja, tecnicamente valeu?
Lembro de um entrevero recente entre os Parlapatões e a Folha.
O Gustavo Fioratti viu a peça deles sobre o universo do Angeli e desceu a lenha.
O Hugo Possolo, dos Parlapa, retrucou em seu site e na própria Folha.
Depois houve tréplica (para mim, desnecessária, mas deixa para lá).
Num determinado momento de sua réplica, o Hugo diz que o Gustavo talvez não estivesse acostumado a comédias e ao retorno retirado delas (os apupos, aplausos, risadas, etc.). Pelo visto, o Gustavo levou no pessoal, daí a tréplica.
Diria que realmente há um certo comedimento chato em certas críticas. A busca do rigor como que afasta o espectador crítico do que vê, e ele ri então meio às escondidas, como que com vergonha de sua reação instintiva.
Sei bem que outra profissional com quem fiz oficina colocaria ressalvas na cena. Talvez elas fossem cabíveis.
Mas há realmente algo de errado em improvisos que descambam para uma comicidade irresistível?
Creio que não.
As comédias, aparentemente, seguem uma lógica própria.
Será?
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