Pular para o conteúdo principal

A pedido do Euler - CIORAN, PALESTRA SOBRE NADA

Ele até me cita. Gracioso...

ÀS QUINTAS!!!!!

Oi Contrera! Tudo bem?
Será que você poderia nos dar uma força pra divulgar nossa peça no seu Blog?
Segue abaixo o release com algumas informações e criticas da peça que você poderá utilizar como quiser...
Muito Obrigado

O teatro da Aliança Francesa trás E. M. Cioran para os palcos em SP com a peça "Palestra Sobre Nada."

Considerado pela crítica especializada um dos melhores conteúdos das artes cênicas na atualidade, a peça: E. M. Cioran - “Palestra Sobre Nada”, é uma adaptação dramatúrgica concebida pelo ator-diretor Euler Santi, sobre as obras do pensador franco-romeno Emile Michel Cioran, um dos maiores pensadores do séc. XX. Cioran nasceu na Transilvânia em 1911, região da Romênia, mudou-se para Paris em 1937, onde escreveu a maioria das suas obras e morou até a sua morte em 1995. É considerado um dos maiores prosadores da língua francesa, conhecido pelo extremo pessimismo e ironia corrosiva.
O espetáculo estreou no mês de janeiro na “Casa das Rosas” em São Paulo e permaneceu por lá em temporada com excelente repercussão e crítica.

Sobre a peça, o especialista em Cioran, ‘Rodrigo Menezes’, responsável pelo portal “EMCIORANBRASIL”, escreveu: “É uma aula de Cioran! Tarefa ousada e difícil, ao que me parece, realizar um monólogo baseado na obra deste pessimista jovial de modo que se transporte para o palco o tom, o timbre próprio do pensamento de Cioran, impactando o espectador do começo ao fim com suas sinfonias apocalípticas. Durante o espetáculo, não pude evitar a tentação de olhar para os lados para ver as expressões e as reações das pessoas a cada impropério, a cada blasfêmia... olhos pregados em Cioran, rostos abismados, perplexos, corpos tensos, nervosos. Euler foi capaz de montar um texto com aforismos de Cioran e trechos de seus ensaios, como História e utopia, de modo que o classicismo da escrita cioraniana não soa artificial ou pedante no registro oral das artes cênicas; muito pelo contrário, o texto-base que estrutura a palestra é articulado por Euler de modo que se mostra dotado de uma espontaneidade, de uma organicidade admiráveis, como uma fala que poderia ter sido do próprio Cioran, externando seus pensamentos. “Palestra sobre Nada”, de Euler Santi, é uma excelente introdução aos textos de Cioran para os que ainda não o conhecem, e uma experiência cênica singular, pois perturbadora, que tem o mérito de Euler ter traduzido para a linguagem própria do teatro (no caso, um monólogo) passagens emblemáticas da obra de Cioran. Aliás, nenhuma palestra mais difícil do que ”Palestra sobre Nada”, mas isso porque trata-se, antes de tudo, de uma obra difícil. Como deveria ser. Na atuação de Euler, Cioran convence.”

Outro crítico, o jornalista ‘Ricardo F. Santos’, responsável pelo Blog “Viagem Pra Dentro” escreveu: Sempre que vou a uma peça quase sem cenário, simpatizo imediatamente com a coragem do ator. Não sei se há um nome ou corrente pra isso, mas acho de uma franqueza tremenda. Ali se descarna a cena e o teatro se escancara como o vejo – uma mensagem crua. Enquanto gesticulava com um cigarro apagado, o ator-diretor Euler Santi(Cioran) dizia cada uma de suas conclusões pausada e didaticamente. Algo muito útil – já que as falas, bem textuais, refletiam fidelidade às obras –, mas incômodo. Porque ele poderia gritar. Ele poderia erguer as mãos para o alto e vociferar! Ele poderia se curvar como um animal selvagem, solapar o chão com os pés e urrar de ódio! Mas não; ele te olha nos olhos e diz, apenas. E é chocante ouvir pensamentos tão corrosivos enunciados de maneira tão apática.”

Já o premiado cineasta e documentarista ‘Dimas Oliveira Junior’, relatou após assistir a peça: "Hoje tive a oportunidade de assistir um verdadeiro espetáculo de arte e reflexão. “Palestra Sobre Nada” com uma interpretação marcante do grande ator Euler Santi e participação especial e assistência de direção do Leônni Moreno. Amigos, recomendo, indico e peço que não deixem de assistir um espetáculo pra vocês repensarem a vida” e referindo-se ao ator Euler Santi, disse ainda: “Soberbo !!! Uma referência na arte de interpretar!”

Segundo outro especialista em Cioran, o Filósofo, escritor e jornalista Rodrigo Contrera, "o texto de Euler é profundo. Abertamente retirado do próprio Cioran, Euler usa e abusa dos jogos de linguagem que povoam todo o universo cioraniano. Jogos que não são propriamente de linguagem. Na verdade, Cioran coloca palavras em determinados lugares e com isso cria efeitos instantâneos inusitados. As diatribes são identificadas por muitos, que riem. Impossível não rir. Há algo de histrionicamente verdadeiro em tudo o que ouvimos. Saio com uma impressão terrivelmente positiva do que vejo. Dá vontade de rever. Procurem. É uma diversão intelectual e tanto. Aposto que, se não leram nada do romeno, após a peça ficarão com vontade de ler."

Segundo Euler Santi, as abordagens do pensamento de Cioran expostas nesse seu trabalho, vem contra tudo o que se prega nesses tempos de anti-depressivos, livros de auto-ajuda, palestras motivacionais e a obrigação de ser feliz. Aponta o otimismo inserido em nossa sociedade como uma dormência intelectual, resultado de delírios individuais e coletivos. A peça promove assim, a quebra de conceitos e valores estabelecidos, comumente aceitos em nossa cultura, demonstrando dessa forma uma outra visão de realidade que não poderá ser facilmente contestada pelo público, causando uma provocação que levará à uma profunda reflexão, pois Cioran destrói a inocência de uma visão antropocêntrica de mundo” diz Santi.


Ficha Técnica:

E. M. Cioran - "Palestra Sobre Nada"

Adaptação e direção: Euler Santi

Assistente de direção: Leônni Moreno

Elenco: Euler Santi – Cioran; Leonni Moreno - Locky HiTech; Mislene Abreu – Hostess; Michele Costela - Hostess1

Duração: 55 min

Data / Hora: 18 de abril a 9 de maio, às 20h

Local: Teatro Aliança Francesa

Endereço: Rua General Jardim, 182 - Vila Buarque

Entrada: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia)

Onde comprar: Bilheteria do teatro (estará aberta 2h antes do início do espetáculo).

Classificação indicativa: 16 anos

Capacidade: 210 + 4 PNE

Serviços:

Ar condicionado

Estacionamento em frente e ao lado

Café Espaço Douce France

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Gargólios, de Gerald Thomas

Da primeira vez que assisti a Gargólios, do Gerald (Thomas), na estréia, achei que não havia entendido. Alguns problemas aconteceram durante o espetáculo (a jovem pendurada, sangrando, passou mal duas vezes, as legendas estavam fora de sincronia, etc.) e um clima estranho parecia haver tomado conta do elenco - ou pelo menos assim eu percebi. De resto, entrei mudo e saí calado. Mas eu já havia combinado assistir novamente o espetáculo, com a Franciny e a Lulu. Minha opinião era de que o Gerald, como de praxe, iria mexer no resultado. Por isso, a opinião ficaria para depois. À la Kant, suspendi meu juízo. Ontem assisti pela segunda vez ao espetáculo. E para minha surpresa muito pouco mudou. Então era isso mesmo. Lembro de que minha última imagem do palco foi ter visto o Gerald saindo orgulhoso. A Franciny disse meu nome a alguem da produção, pedindo para falar com o Gerald. Ele não iria atender, e não atendeu. Lembro-me agora de Terra em trânsito, a peça dele com a Fabi (Fabiana Guglielm...

4.48 Psicose (peça de Sarah Kane, tradução de Laerte Mello)

Há realmente algo de muito estranho e forte nesta última peça da Sarah Kane. E não é porque ela se matou em seguida, aos 28 anos. O assunto é claro desde o começo: uma depressão mortal. É como se fosse um testamento. Muitos lados da questão são expostos de forma esparsa - não sei se todos nem se isso afinal é possível -, e ao final da leitura a gente fica com um sabor amargo na boca. Dá vontade de reler, muito embora passe o desejo de decifrar. Isto torna-se secundário, aqui. Há algo que permanece, e creio que isso se deva à qualidade do que é feito e à integridade do que é dito. Pego por exemplo, já na primeira página: "corpo (...) contém uma verdade que ninguém nunca fala". É óbvio do que se trata: da extrapolação do fisiológico, de uma lógica de que por mais que se tente diagnosticar "nunca se fala". Abre-se uma porta à compreensão disso que não sabemos muito bem o que é. A força de "Lembre-se da luz e acredite na luz/ Um instante de claridade antes da ...

(Em) Branco (de Patricia Kamis, dir. Roberto Alvim, Club Noir, 3as a 5as durante o mês de agosto)

Fui à estreia da segunda peça da leva de oito novos selecionados que o Alvim vai encenar municiado de sua leitura na noite anterior. Esperava ver algo relativamente tradicional e nutria um certo receio de déja vu. A atriz e os dois atores permanecem estáticos em quadrados iluminados por baixo. O caráter estático não se refere apenas ao corpo em contraponto com o rosto, mas também a este, mutável apenas (e repentinamente) por expressões fugazes. Os olhares permanecem fixos. O texto segue a ordem 1, 2, 3 (segundo o Alvim, emissores mas não sujeitos), que eu imaginava que iria entediar. As falas são ora fugazes ora propositalmente lentas e sua relação tem muito a ver com o tempo assumido em um e outro momento. Não irei entrar no âmago da peça. Nem irei reproduzir o que a própria autora, o dramaturgo Luciano Mazza e o próprio Alvim disseram no debate posterior a ela. Direi apenas que durante ela nossa sensibilidade é jogada de um lado a outro num contínuo aparentemente sem fim sem c...