Todos vocês sabem que saí da oficina do Loureiro, que, claro, ocorreu normalmente.
Precisei ir ao terapeuta e me meti a resolver diversos pontos relativos aos blogs que tenho sobre tradução.
Mas admito que senti falta de ver o teatro por dentro. De ver como as coisas são e podem ser resolvidas mais a contento. O próprio Loureiro me mandou mensagem pelo face, mas muito atrasada. Tentarei falar com ele pessoalmente dia desses. Não vai faltar oportunidade. Sei apenas que não me arrependo. Minha vida está atabalhoada demais para perder energia em atividades que não rendem tanto quanto eu gostaria.
Pensar (ou melhor, ver) o teatro por dentro permite-nos entender como as coisas são e poderiam ser. Vemos melhor os buracos que os outros sentem mas que não conseguem aquilatar. Entendemos melhor por que as atenções viram de foco repentinamente, e entendemos algumas artimanhas que podemos fazer para evitar situações desconfortáveis. Eu adoraria, claro, poder me meter diuturnamente em atividades de ensaio, simplesmente. Entender como as coisas se resolvem no palco, de forma quase sempre diferente do que imaginamos por intuição. Mas é a vida. Enquanto o tempo passa, meto-me a entrar mais de chofre nos textos, e entendê-los por dentro, em tudo o que podem querer dizer ou que simplesmente dizem. Relembro uma cena de "Irmãs Jamais", do Marco Bellochio, em que a irmã do protagonista mete-se a comentar o que a Lady Macbeth pode ter querido dizer em um determinado "oh oh oh". Incrível como agora entendo seu dilema. Pois realmente no caso de determinados textos há todo um mundo a ser construído caso queiramos sair do ramerrão.
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