A Lê e as garotas viram este filme uma madrugada, e dele retiraram algumas cenas que quiseram me propor, agora que eu vislumbrava voltar ao grupo. Tudo bem.
Ela me emprestou o dvd. Assisti a ele após pegá-lo com ela, lá na Roosevelt. Bem de madrugada.
Conta a história de um homem que se vê impotente mas que continua amando para valer sua esposa, que sente o mesmo, mas que apesar disso o trai com um garoto cheio de energia. O filme trata como o cirurgião (é sua profissão) lida com a situação (bem mal, aliás). O final termina relativamente bem.
A montagem das cenas por Kieslowski é magistral. Tudo é dito com muito poucas palavras. Tudo é dito. O filme, relativamente breve, tem entremeada outra história, a de uma garota feita para o canto lírico que pede ao cirurgião que lhe faça uma cirurgia. Ela reluta em seguir o desejo da mãe, que lhe prevê muito sucesso no canto. Ao final, ela diz que quer, sim, seguir a carreira, que quer ver plateias imensas à sua frente. O cirurgião reluta. Esta cena iria ser a base para outra com a Renatinha (mas escolhemos outra, baseada em Não amarás, do mesmo Kieslowski, que a Renatinha me mostra).
A Lê me deixa à vontade para escrever uma cena para nós dois. Faço-o ao final de sexta-feira e levo o resultado a ela e às garotas. Ela gosta mais ou menos. Não importa.
O filme é sensível e super bem tramado. Há algo nele que permanece e que deve justificar o nome do polonês no meio do cinema. A ideia do Decálogo, confesso, me deixa meio constrangido pelo conservadorismo, mas o filme faz sua parte, e bem.
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