Há algo de profundamente beckettiano nesta peça de Visniec - outra que me foi enviada pela editora.
Primeiro pelo clima bufonesco dos personagens, sempre tirando sarro uns dos outros, entrando quando bem entendem e num relacionamento conturbado com o único personagem citado o tempo todo - o tal do Madox. Depois pelo próprio fato de este, o Madox, ser mantido até o fim num clima de suspense, tal qual Godot, na famosa peça do irlandês.
Um observador mais acurado poderá encontrar muitas mais semelhanças, mas eu prefiro parar por aqui. Prefiro também salientar um aspecto - que não irei revelar - que tão forte impressão deixa no leitor - e deixará no espectador: o jogo entre espaço e tempo. Ou seja, se por um lado digo a quê esse aspecto diz respeito, por outro não revelo como esse mesmo aspecto aparece. Isso deixo a quem for ler a peça. Digo apenas que tudo surge de sopetão e mantém a força até o fim.
A questão da identidade alheia e da própria é o que aparentemente mais é levado em conta nesse jogo em que consiste a peça. Mas há outras questões. Ao final, ficamos tão ou mais surpresos do que quando lemos "A história dos ursos pandas...", aqui já resenhada. Vale muito a pena, a peça.
Termino dizendo que, na ausência de critérios definidos, prefiro não dizer que aqui tudo gira em torno de um determinado absurdo. Seria simplificar demais e além disso desmerecer a inteligência alheia. Como se pudêssemos colocar em caixinhas justamente aquilo que menos entendemos com o rótulo já mais do que gasto "absurdo".
Primeiro pelo clima bufonesco dos personagens, sempre tirando sarro uns dos outros, entrando quando bem entendem e num relacionamento conturbado com o único personagem citado o tempo todo - o tal do Madox. Depois pelo próprio fato de este, o Madox, ser mantido até o fim num clima de suspense, tal qual Godot, na famosa peça do irlandês.
Um observador mais acurado poderá encontrar muitas mais semelhanças, mas eu prefiro parar por aqui. Prefiro também salientar um aspecto - que não irei revelar - que tão forte impressão deixa no leitor - e deixará no espectador: o jogo entre espaço e tempo. Ou seja, se por um lado digo a quê esse aspecto diz respeito, por outro não revelo como esse mesmo aspecto aparece. Isso deixo a quem for ler a peça. Digo apenas que tudo surge de sopetão e mantém a força até o fim.
A questão da identidade alheia e da própria é o que aparentemente mais é levado em conta nesse jogo em que consiste a peça. Mas há outras questões. Ao final, ficamos tão ou mais surpresos do que quando lemos "A história dos ursos pandas...", aqui já resenhada. Vale muito a pena, a peça.
Termino dizendo que, na ausência de critérios definidos, prefiro não dizer que aqui tudo gira em torno de um determinado absurdo. Seria simplificar demais e além disso desmerecer a inteligência alheia. Como se pudêssemos colocar em caixinhas justamente aquilo que menos entendemos com o rótulo já mais do que gasto "absurdo".
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