A cena que a Rê e eu fizemos ontem foi delicada.
O que me agradou mais foi que os dois chegamos a ela juntos.
Há um momento em que nos damos as mãos. Adoraria se isso conseguisse passar uma sensualidade explícita.
Há motivos pessoais para isso.
Tenho muitas dificuldades de relacionamento, com homens e mulheres (embora mais com estas). Ou sou extremamente sutil e não me notam, ou preciso quase gritar para me impor. Acabo às vezes passando a impressão de grosso ou ausente.
Quero com as cenas delicadas passar para a cena a impressão dos fatos em mim. Ontem, quando a Rê ia embora, eu COMO QUE senti o fim - de um amor que sequer começou. Foi ótimo, excelente. Tento seguir à risca as indicações do Loureiro, que me fazem adentrar ainda mais no personagem, em mim e naquilo que passamos com a cena.
Essa intenção existia também numa cena com a Vivi, mas ela preferiu não continuá-la. Fiquei um pouco decepcionado. Eu sentia que por meio dela ela conseguia expressar algo suave demais, quase impossível de tocar. Adorava ver esse momento.
Vivemos num mundo cru, rude, inóspito, quase impossível de aguentar.
Minha aposta em cenas delicadas busca causar um contraponto.
Algo que expresse uma sensibilidade a tal ponto engrandecida que se torne impossível de esconder. Um grito mudo.
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