A primeira pessoa que me indicou a diferença que pode causar uma leitura de peça de teatro em cena, em relação ao texto em si, foi o Roberto Alvim, e por isso eu agradeço.
Realmente é diferente, sumamente diferente, encarar o texto enquanto na página e sendo dito. Neste último caso, abre-se todo um leque de possibilidades que mostram que o texto foi feito realmente para teatro.
Em que consiste essa diferença, muito especificamente, eu não sei. Nem quero saber.
Sei apenas que me é sumamente difícil captá-la, acostumado que estou a ler, simplesmente.
Quem sabe a primeira vez em que vi, na prática, o quanto a encenação pode ser diferente do texto puro e simples tenha sido a oficina do Loureiro. Com o exemplo por definição, Ser ou não ser.
Lembro-me como se fosse hoje da sensação de ler algo intransponível, algo rebuscado demais para poder ser levado aos palcos. Qual nada. Aos poucos, eis que o texto se impôs e passei a ver TANTO no lugar que fiquei chapado. Hoje, embora esteja fora da oficina, tenho como objetivo encenar o pequeno texto de alguma forma em algum lugar.
Para onde me dirijo, agora? Ao texto em si, à encenação ou à fuga do texto para investir apenas nesta última (encenação)? Não sei.
Sei apenas que me sinto melhor.
PS: Contei e vi que assisti 33 peças este ano (li outras muitas). Menos da metade de alguns colegas, mas não ligo. Importante é conseguir vislumbrar caminhos. Ser um autômato não faz a minha cabeça.
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