Na festa de ontem, enquanto conversava com conhecidos, reparo numa colega de ensaio sozinha, lá longe, apoiada num carro, fumando.
Vou até lá.
Conversamos.
Nunca havíamos conversado antes.
Digo aqui: ela me amedronta, pois, além de linda, é poderosíssima no palco. Sinto-me subjugado pelo seu prazer de viver e bom humor.
Mas na hora esqueço.
Falamos da oficina, dos textos, do teatro, digo a ela o meu texto fugindo, mas, o que é aqui mais importante, começo a me soltar com a bebida - não queria ter bebido, mas me rendi (mais uma vez). Fico tão nervoso que começo a tremer enquanto falo - como se entrasse numa piscina gelada.
Há um momento em que sinto uma relação. De amigos, claro. Mas sinto algo potente. Consigo vê-la em todas as dimensões que me é possível ver e gosto muito do que vejo.
Vamos dançar.
Dançamos.
Ela é descolada, sabe se virar de muitas formas, e logo está noutras. Bebemos ainda mais. Não sinto muito o efeito da bebida. Mas me solto. Vou embora às 3h (é quinta-feira!!!!).
É disso que preciso. Relações verdadeiras. Senti-las. Na vida ou no palco.
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