Pular para o conteúdo principal

um breve encontro

ontem falamos com mais um diretor, que expôs sua visão e sua proposta.
gosto do cara. gostei bastante de um dos espetáculos que ele dirigiu. assisti várias vezes.
fico meio acabrunhado contudo, porque vislumbro que eu tenha muitos limites, alguns constrangedores, e que não consiga superá-los. daí minhas apresentações terminarem por ser rasteiras.
pergunto se irá dar aula de corpo. não.
e de voz. não.
quanto mais avanço, mais percebo o quanto acabo ficando para trás.
o pessoal brinca com minha ansiedade. sério, sou ansioso demais.
mas o que fazer, se sinto a realidade escapando pelos dedos, e nada sendo colocado no lugar?
com o teatro, algo acontece. o espetáculo desaparece, é certo, mas permanece sua memória. essa memória é quase sempre inesquecível.
ao menos isso levamos da vida.
estou realmente cansado de tanta mediocridade neste poste em que amarrei meu burro. e não tenho mais perspectivas. o teatro é quase sempre uma lufada de ar fresco nesse ambiente apalermado, entendem?
"você passou a vida estudando e trabalhando. chegou a hora de viver".
o aviso passou batido, na hora, mas hoje faz todo o sentido.
apesar disso, não consigo escapar das garras da necessidade, sempre de mãos dadas com a mediocridade reinante.
na hora da reunião, eu via o interesse vivaz do ma. depois chegou a ana e com ela um interesse prático. a pa e a lê deixaram-se também levar pelo interesse. interesse é o que há.
o primeiro encontro, 21 de janeiro. logo ali.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Gargólios, de Gerald Thomas

Da primeira vez que assisti a Gargólios, do Gerald (Thomas), na estréia, achei que não havia entendido. Alguns problemas aconteceram durante o espetáculo (a jovem pendurada, sangrando, passou mal duas vezes, as legendas estavam fora de sincronia, etc.) e um clima estranho parecia haver tomado conta do elenco - ou pelo menos assim eu percebi. De resto, entrei mudo e saí calado. Mas eu já havia combinado assistir novamente o espetáculo, com a Franciny e a Lulu. Minha opinião era de que o Gerald, como de praxe, iria mexer no resultado. Por isso, a opinião ficaria para depois. À la Kant, suspendi meu juízo. Ontem assisti pela segunda vez ao espetáculo. E para minha surpresa muito pouco mudou. Então era isso mesmo. Lembro de que minha última imagem do palco foi ter visto o Gerald saindo orgulhoso. A Franciny disse meu nome a alguem da produção, pedindo para falar com o Gerald. Ele não iria atender, e não atendeu. Lembro-me agora de Terra em trânsito, a peça dele com a Fabi (Fabiana Guglielm

(Em) Branco (de Patricia Kamis, dir. Roberto Alvim, Club Noir, 3as a 5as durante o mês de agosto)

Fui à estreia da segunda peça da leva de oito novos selecionados que o Alvim vai encenar municiado de sua leitura na noite anterior. Esperava ver algo relativamente tradicional e nutria um certo receio de déja vu. A atriz e os dois atores permanecem estáticos em quadrados iluminados por baixo. O caráter estático não se refere apenas ao corpo em contraponto com o rosto, mas também a este, mutável apenas (e repentinamente) por expressões fugazes. Os olhares permanecem fixos. O texto segue a ordem 1, 2, 3 (segundo o Alvim, emissores mas não sujeitos), que eu imaginava que iria entediar. As falas são ora fugazes ora propositalmente lentas e sua relação tem muito a ver com o tempo assumido em um e outro momento. Não irei entrar no âmago da peça. Nem irei reproduzir o que a própria autora, o dramaturgo Luciano Mazza e o próprio Alvim disseram no debate posterior a ela. Direi apenas que durante ela nossa sensibilidade é jogada de um lado a outro num contínuo aparentemente sem fim sem c