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férias

estou de férias e, como não tenho internet em casa, isso significa que deverei postar bem menos, a partir de agora.


mas isso não importa muito.

importa que participei do amigo secreto da firma e que me deparei face algumas coisas.

ganhei um livro que eu mesmo pedi, do faulkner. eu mesmo jamais havia lido algo dele. nada.

peguei o livro (a cidade) e li o começo. boiei. é difícil. exige para caralho.

mas isso não importa tanto.

importa que lendo a orelha deparei-me face a que ele pensava determinadas coisas. tinha umas certas preocupações. no caso, sobre a sociedade sulista da qual ele sempre fez parte.

eu me meti a pensar. legal, mas e eu, algo me afeta, algo diz mais fundo a minhas preocupações?

idiota pensar assim, desse jeito. não sou escritor ainda, nem vale a pena pensar nisso.

mas o fato é que a mera leitura de algumas frases me pegou. sim, sou escritor, quero sê-lo. e busco meu caminho.

tudo ficou claro como água. claro, mesmo. clara, digo, a questão.

fiquei quieto uma boa parte do tempo, na festa. o pessoal estranhou. minha chefe perguntou por que eu não comia. eu disse que estava sem fome. parte da verdade.

não cheguei a conclusão alguma. me distraí e fiquei solto, a ver navios.

de repente a tamara me diz que gostaria de trabalhar no teatro.

como idiota que sou, meto-me a falar sobre o que eu não sei.

mas ela quer stand-up. sem chance. digo, não entendo nada, nem muito menos valorizo.

o pessoal achou que eu estava dando em cima dele.

o meu chefe disse que eu sou do tipo come quieto, o maior que ele conhece.

preferi ficar quieto, claro.

saímos. me despedi de quase todos, tem gente que não dá, e meio contra a vontade fui para casa.

me deu uma vontade imensa de beber umas com o pessoal do marião. mas tava longe demais. tarde demais. disperso demais.

lendo o marião e assistindo suas peças meto-me a refletir que ele me ajudou a perder a vergonha. dos meus gostos, minhas preferências, minhas idiossincrasias. claro que ele o fez sem querer. o que faço eu a não ser ver suas peças. ele mesmo nunca me disse nada. claro, o li - especialmente no os anos do furacão -, mas até me dispor a achar que ele pessoalmente fez alguma coisa vai uma distância. mesmo assim agradeço.

continuo pensando na questão que me coloquei.

o problema mesmo é que não consigo ler quase nada em casa.

não sei por quê. não sei mesmo. dá um bloqueio, sei lá.

preciso entender.

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