Pular para o conteúdo principal

primeiras influências



lembro-me como se fosse hoje da primeira de muitas oficinas de teatro que fiz ao final de 2011 e em 2012. foi sobre dança, com a luá gabarini, do núcleo bartolomeu. à época, eu havia me aproximado do pessoal após assistir orfeu mestiço e estava curioso com o trabalho deles, que envolve a cultura hip hop, dramaturgia brechtiana e outros recursos desse universo.

a luá, simpaticíssima, orientou o pessoal em trabalhos coletivos, após uma repetição constante de movimentos simples da cultura hip hop. os trabalhos formavam uma dança total que fazia a diferença. foi muito curta, a oficina, porém, e os resultados ficaram a depender de trabalhos posteriores.

depois da luá, foi a vez do eugênio lima, o dj do grupo, que literalmente amassou os assistentes com sua imensa cultura do assunto. foi com ele que percebi o quão distintas são as várias vertentes no movimento, que se espalhou por todo o mundo com uma velocidade e força assustadoras. percebi também o quanto me atrai o som sujo de um public enemy. mas, sem tempo, não pude me aprofundar nas pesquisas, que pretendo continuar. a maior lição, contudo, se dá no próprio zap, em que rappers de todos os cantos disputam o zap do mês e mostram a que ponto pode chegar a evolução da palavra naquelas paragens. a tal ponto me influenciaram que um dia fiz uma intervenção do tipo free style sem o saber.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Gargólios, de Gerald Thomas

Da primeira vez que assisti a Gargólios, do Gerald (Thomas), na estréia, achei que não havia entendido. Alguns problemas aconteceram durante o espetáculo (a jovem pendurada, sangrando, passou mal duas vezes, as legendas estavam fora de sincronia, etc.) e um clima estranho parecia haver tomado conta do elenco - ou pelo menos assim eu percebi. De resto, entrei mudo e saí calado. Mas eu já havia combinado assistir novamente o espetáculo, com a Franciny e a Lulu. Minha opinião era de que o Gerald, como de praxe, iria mexer no resultado. Por isso, a opinião ficaria para depois. À la Kant, suspendi meu juízo. Ontem assisti pela segunda vez ao espetáculo. E para minha surpresa muito pouco mudou. Então era isso mesmo. Lembro de que minha última imagem do palco foi ter visto o Gerald saindo orgulhoso. A Franciny disse meu nome a alguem da produção, pedindo para falar com o Gerald. Ele não iria atender, e não atendeu. Lembro-me agora de Terra em trânsito, a peça dele com a Fabi (Fabiana Guglielm

(Em) Branco (de Patricia Kamis, dir. Roberto Alvim, Club Noir, 3as a 5as durante o mês de agosto)

Fui à estreia da segunda peça da leva de oito novos selecionados que o Alvim vai encenar municiado de sua leitura na noite anterior. Esperava ver algo relativamente tradicional e nutria um certo receio de déja vu. A atriz e os dois atores permanecem estáticos em quadrados iluminados por baixo. O caráter estático não se refere apenas ao corpo em contraponto com o rosto, mas também a este, mutável apenas (e repentinamente) por expressões fugazes. Os olhares permanecem fixos. O texto segue a ordem 1, 2, 3 (segundo o Alvim, emissores mas não sujeitos), que eu imaginava que iria entediar. As falas são ora fugazes ora propositalmente lentas e sua relação tem muito a ver com o tempo assumido em um e outro momento. Não irei entrar no âmago da peça. Nem irei reproduzir o que a própria autora, o dramaturgo Luciano Mazza e o próprio Alvim disseram no debate posterior a ela. Direi apenas que durante ela nossa sensibilidade é jogada de um lado a outro num contínuo aparentemente sem fim sem c