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deixar-se influenciar

dança, dramaturgia, hip-hop. comecei a existir.
continuei este ano sendo orientado quanto à criação de cenas em locais específicos, deixando o local influenciar em toda potência, e em termos de criação dramatúrgica no espaço (rua).
permaneci meio travado, ainda. mas agora entendo de que tipo de coragem estamos falando.
depois, fui orientado quanto à tradição dramatúrgica e meios de transcender a ela. adorei e fui influenciado.
em termos de preparação corporal, o corpo se fez finalmente presente. travado ainda, mas com caminho a trilhar.
aconteceu então o figurino, e com ele a importância do luxo e da ausência do luxo na construção do personagem e do cenário. penei, sofri demais. não consegui muito. mas consegui tudo o que pude.
houve então a dança artesanal. a descoberta de uma vocação. o rigor somado ao improviso.
a oficina de interpretação, um desafio à parte. caindo no chão várias vezes. obedecendo. acreditando. vendo.
a literatura já estava em mim, mas a oficina potencializou, enxergando o que não via.
a produção abriu espaço a um novo caminho.
o butô, a uma linguagem especial, tudo a ver.
o cinema mostrou-se em toda sua potência e agora é hora de fazer um balanço.
não sei aonde irei parar.

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