john cassavetes era para mim, até agora, mais um nome dessa lista enorme de referências norte-americanas que a gente vê em todo lugar. com uma ressalva, o cassavetes está nos filmes de arte. achei estranho.
cosmo vitelli é dono de uma boate lá pelos 70. época romântica em que os nus ainda surtiam algum efeito.
a história é simples. ele deve no jogo e precisa matar o chinês do título. pronto.
mas a história é bem mais que isso.
vitelli, gazzara, é um sujeito atípico. olhar sempre enviesado, parece não se encaixar muito bem no mundo em que vive.
precisa da boate como nós precisamos de ar. lá ele é o rei, e um puta rei. as garotas gravitam ao seu redor, e ele, carismático, cai nas graças de uma ou de outra sem que isso interfira em nada do que faz. elas fazem parte de sua família, da família de seu público, de uma família mais ampla, repleta de perdidos, gente estranha, que se junta sei lá por quê.
a direção, segura, trabalha esse universo como a gente o vive, quase como estranhos. acompanha os movimentos de vitelli como um caçador enfrenta sua presa, captando os menores movimentos, os menores esgares, as menores distinções de humor. vitelli mostra ser um sujeito superior aos comparsas mafiosos, sem perder sua identidade. não conseguem matá-lo, logo eles que lhe inculcaram tanto medo a ponto de ser obrigado a fazer isso com aquele importante chinês, o mais importante da costa oeste.
a trama mostra-se secundária. as interpretações, contidas. tudo está na mente, e a mente é no fundo inacessível. resta-nos, aos que vêem, a tentativa de decifrar o que vemos. não a trama em si, que como disse é secundária, mas o que retemos de todo esse universo. ao final, vitelli permanece ferido sem saber para onde ir. e o show continua, com lyrics estranhas, em busca de salvação, não havendo-a, é claro.
eu buscava um diretor que enfocasse os perdidos do mundo urbano e cassavetes mostra ser uma boa opção. principalmente porque para ele a ação não é o mais importante. porque, para falar do resultado do jogo, não precisa mostrar o vitelli perdendo. basta mostrar como ele se dirige, e a gente conclui facilmente o que acontece. não são necessárias legendas, como diria a lulu.
cosmo vitelli é dono de uma boate lá pelos 70. época romântica em que os nus ainda surtiam algum efeito.
a história é simples. ele deve no jogo e precisa matar o chinês do título. pronto.
mas a história é bem mais que isso.
vitelli, gazzara, é um sujeito atípico. olhar sempre enviesado, parece não se encaixar muito bem no mundo em que vive.
precisa da boate como nós precisamos de ar. lá ele é o rei, e um puta rei. as garotas gravitam ao seu redor, e ele, carismático, cai nas graças de uma ou de outra sem que isso interfira em nada do que faz. elas fazem parte de sua família, da família de seu público, de uma família mais ampla, repleta de perdidos, gente estranha, que se junta sei lá por quê.
a direção, segura, trabalha esse universo como a gente o vive, quase como estranhos. acompanha os movimentos de vitelli como um caçador enfrenta sua presa, captando os menores movimentos, os menores esgares, as menores distinções de humor. vitelli mostra ser um sujeito superior aos comparsas mafiosos, sem perder sua identidade. não conseguem matá-lo, logo eles que lhe inculcaram tanto medo a ponto de ser obrigado a fazer isso com aquele importante chinês, o mais importante da costa oeste.
a trama mostra-se secundária. as interpretações, contidas. tudo está na mente, e a mente é no fundo inacessível. resta-nos, aos que vêem, a tentativa de decifrar o que vemos. não a trama em si, que como disse é secundária, mas o que retemos de todo esse universo. ao final, vitelli permanece ferido sem saber para onde ir. e o show continua, com lyrics estranhas, em busca de salvação, não havendo-a, é claro.
eu buscava um diretor que enfocasse os perdidos do mundo urbano e cassavetes mostra ser uma boa opção. principalmente porque para ele a ação não é o mais importante. porque, para falar do resultado do jogo, não precisa mostrar o vitelli perdendo. basta mostrar como ele se dirige, e a gente conclui facilmente o que acontece. não são necessárias legendas, como diria a lulu.
Comentários