não assisto duas vezes peça que não me agrada. então digo que esta me agradou.
mas deram-me nos nervos os ofegares (nem sei se esta palavra realmente existe) das interpretações do começo ao fim do espetáculo. e também a relativa artificialidade das soluções encontradas, nos diálogos, para os embates. tipo (alguma coisa)? não. ou sim. (repetição)? não. ou sim. e aí o silêncio. não é esse um silêncio rico, pelo que vejo. pois não dá margem a ambiguidades ou a sentidos que inculcam novos diálogos onde eles não existem. como em outros autores, em beckett, por exemplo.
agora reparei na marcação dos movimentos. na relativa artificialidade das idas e vindas. sei lá, algo me pareceu óbvio demais, ou na verdade este espetáculo não deveria ser visto duas vezes ou mais, pois suas soluções perderiam a graça. talvez seja isso.
mas, apesar de tudo isso, ele continua agradando. as intromissões dos poemas, da carta de hannah arendt a heidegger, de o mar, simplesmente, criam novas camadas de compreensão nisso que poderia ser apenas um encontro, uma cena realista. o mesmo com a entrada da mensagem póstuma, como se num rádio ou gravação estragada. tudo isso coloca a cena num mundo que está de fora de tudo isso, ao que parece. pois sentimos o governo entrando, sentimos o irmão fugindo, sentimos medo do cachorro que já morreu (era o cachorro lá fora, não um homem), sentimos também o peso da necessária resistência.
mas ao final, como da primeira vez, tudo vira história. e é legal, isso. legal reparar o quanto pode ser retirado de leituras díspares da história, de uma ferida que não foi fechada (ainda), da vida e da morte.
mas deram-me nos nervos os ofegares (nem sei se esta palavra realmente existe) das interpretações do começo ao fim do espetáculo. e também a relativa artificialidade das soluções encontradas, nos diálogos, para os embates. tipo (alguma coisa)? não. ou sim. (repetição)? não. ou sim. e aí o silêncio. não é esse um silêncio rico, pelo que vejo. pois não dá margem a ambiguidades ou a sentidos que inculcam novos diálogos onde eles não existem. como em outros autores, em beckett, por exemplo.
agora reparei na marcação dos movimentos. na relativa artificialidade das idas e vindas. sei lá, algo me pareceu óbvio demais, ou na verdade este espetáculo não deveria ser visto duas vezes ou mais, pois suas soluções perderiam a graça. talvez seja isso.
mas, apesar de tudo isso, ele continua agradando. as intromissões dos poemas, da carta de hannah arendt a heidegger, de o mar, simplesmente, criam novas camadas de compreensão nisso que poderia ser apenas um encontro, uma cena realista. o mesmo com a entrada da mensagem póstuma, como se num rádio ou gravação estragada. tudo isso coloca a cena num mundo que está de fora de tudo isso, ao que parece. pois sentimos o governo entrando, sentimos o irmão fugindo, sentimos medo do cachorro que já morreu (era o cachorro lá fora, não um homem), sentimos também o peso da necessária resistência.
mas ao final, como da primeira vez, tudo vira história. e é legal, isso. legal reparar o quanto pode ser retirado de leituras díspares da história, de uma ferida que não foi fechada (ainda), da vida e da morte.
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