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o livro do marião - 2

leio o livro do marião e meto-me a pensar.
no começo, por uma opção pessoal, ele passou fome e dificuldades. mas não arregou.
era uma questão de opção. uma questão de arte, talvez.
tinha amigos. gente na mesma vibe.
lia o que podia onde podia e aceitava ajuda. foi montando seu cipoal de referências.
diria que nesse cipoal estava também a vida. as experiências com seus comparsas. comparsas é bem colocado.
passaram-se 30 anos num átimo e foi chegando o reconhecimento. digo, este veio antes, mas ao que parece sem muita repercussão no íntimo do marião. devia já estar calejado - com as dificuldades e o fracasso (plateias vazias) e o sucesso (plateias cheias).
hoje, ele elenca batalhões de amigos e referências. construídas estas últimas na base do desconfiômetro quanto a o quê deve ser a vida. casou-se, no entretempo. 3 vezes. duas de 9 anos. todas malogradas. malogradas? não sei.
o livro comenta os anos do furacão, quando se separou mais uma vez e ficava de bar em bar, se esbaldando de uma vida louca.
já estou na metade mas com isso já dá para refletir. nas opções.

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