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segundas influências


de janeiro a abril, fiz uma oficina de história de teatro com o roberto alvim. eu já havia lido bastante até lá, mas ele me reconduziu rumo a um terreno desconhecido. fez uma leitura diagonal da história do teatro, explicando quando se deram os nascimentos e as rupturas, e em que medida o teatro como arte busca um lugar outro que não o da cultura. a integridade do que foi dito fez-me criar vínculos entre as artes plásticas e o teatro - algo que eu vislumbrava há muito, mas que não sabia como fazer, e, ainda mais importante, a desvincular as conquistas a algo que necessariamente está escrito - mas a algo que é derivado da posta em cena. abriu um horizonte inusitado a minhas ambições, e percebi que o rompimento poderia estar em todo lugar. para entrar no teatro, seria necessário romper muitas amarras, ampliar em muito os conhecimentos - também técnicos, ler e ver muito, sabendo enxergar nas entrelinhas o que realmente importa. foi fundamental.

foi nessa mesma época que fiz a oficina dramaturgia do espaço com o pessoal do redimunho.

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(Em) Branco (de Patricia Kamis, dir. Roberto Alvim, Club Noir, 3as a 5as durante o mês de agosto)

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