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ilha, eu?

legal como gente a mais diversa tem feito com que eu me reaproxime de minhas paixões.
a mais recente foi a martha nowill com seu primeiro livro de poemas.
outra foi a márcia denser para a literatura nacional em geral e curta, em particular.
a dani cabral apresentou-me ao figurino e ainda peno para sacar o visual.
a alana lial, pelos convites a saraus e companhia.
o bartolomeu, aos sons que embalavam minha adolescência, motown, e todo o ambiente de quem curte o que se escreve e que se fala.
ao pessoal do cemitério de automóveis, ao marião em particular, pela paixão pelo teatro simples mas bem feito. a eles também, e em especial a ele, por tudo o que diz respeito a curtir uma boa night bebendo um pouco com gente pra lá de legal.
ao roberto alvim, pela história do teatro, e por sempre tentar ir além. à galdino, claro, também.
ao diogo granato, pela dança artesanal que ele tão bem defende e que deve virar meio de expressão entre nós, digo, no grupo que já montamos.
ao pessoal do redimunho, por tudo o que diz respeito a sabedoria da simplicidade e a teatro com ares míticos de quem passa os dias banhado de sol e de história.
sei lá, pessoal, tanta gente.
é claro que esqueci alguém, é claro.
bom, ninguém é uma ilha. ou se é, banha-se no mesmo mar de todos os seus outros.

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