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quintas influências

eu nunca dei valor ao figurino.


a dani mostra como isso pode ser hostil a um teatro bem feito.

após conversas esclarecedoras, pede que se escolha peças para as quais deveríamos desenvolver propostas de figurino. para facilitar, cede textos os mais diversos, de dramaturgos brasileiros ou não, todos nós escolhemos e nos colocamos a pensar. sou defrontado face a sarah kane, que escolho.

o assunto dá pano para manga. há desde preocupações estéticas em si, de palhetas de cores etc. e tal, até embarcar no texto em si, localizando-o e estabelecendo paralelos entre os personagens, suas roupas, características outras, etc. torna-se um trabalho profundo, sincero.

bolo uma proposta estranha, com palheta sim, mas sem ter como apresentar graficamente fico no texto. estabeleço uma proposta estranhíssima que é refutada. de onde teria eu tirado isso (uma batina com suásticas)? não sei. me envergonho, quase. mas tudo bem. percebo que tenho muito a anotar do meu inconsciente.

fico com a vontade de querer mais. muito mais. agora o figurino é algo em minha proposta de cena.

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