Pular para o conteúdo principal

quintas influências

eu nunca dei valor ao figurino.


a dani mostra como isso pode ser hostil a um teatro bem feito.

após conversas esclarecedoras, pede que se escolha peças para as quais deveríamos desenvolver propostas de figurino. para facilitar, cede textos os mais diversos, de dramaturgos brasileiros ou não, todos nós escolhemos e nos colocamos a pensar. sou defrontado face a sarah kane, que escolho.

o assunto dá pano para manga. há desde preocupações estéticas em si, de palhetas de cores etc. e tal, até embarcar no texto em si, localizando-o e estabelecendo paralelos entre os personagens, suas roupas, características outras, etc. torna-se um trabalho profundo, sincero.

bolo uma proposta estranha, com palheta sim, mas sem ter como apresentar graficamente fico no texto. estabeleço uma proposta estranhíssima que é refutada. de onde teria eu tirado isso (uma batina com suásticas)? não sei. me envergonho, quase. mas tudo bem. percebo que tenho muito a anotar do meu inconsciente.

fico com a vontade de querer mais. muito mais. agora o figurino é algo em minha proposta de cena.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Gargólios, de Gerald Thomas

Da primeira vez que assisti a Gargólios, do Gerald (Thomas), na estréia, achei que não havia entendido. Alguns problemas aconteceram durante o espetáculo (a jovem pendurada, sangrando, passou mal duas vezes, as legendas estavam fora de sincronia, etc.) e um clima estranho parecia haver tomado conta do elenco - ou pelo menos assim eu percebi. De resto, entrei mudo e saí calado. Mas eu já havia combinado assistir novamente o espetáculo, com a Franciny e a Lulu. Minha opinião era de que o Gerald, como de praxe, iria mexer no resultado. Por isso, a opinião ficaria para depois. À la Kant, suspendi meu juízo. Ontem assisti pela segunda vez ao espetáculo. E para minha surpresa muito pouco mudou. Então era isso mesmo. Lembro de que minha última imagem do palco foi ter visto o Gerald saindo orgulhoso. A Franciny disse meu nome a alguem da produção, pedindo para falar com o Gerald. Ele não iria atender, e não atendeu. Lembro-me agora de Terra em trânsito, a peça dele com a Fabi (Fabiana Guglielm...

4.48 Psicose (peça de Sarah Kane, tradução de Laerte Mello)

Há realmente algo de muito estranho e forte nesta última peça da Sarah Kane. E não é porque ela se matou em seguida, aos 28 anos. O assunto é claro desde o começo: uma depressão mortal. É como se fosse um testamento. Muitos lados da questão são expostos de forma esparsa - não sei se todos nem se isso afinal é possível -, e ao final da leitura a gente fica com um sabor amargo na boca. Dá vontade de reler, muito embora passe o desejo de decifrar. Isto torna-se secundário, aqui. Há algo que permanece, e creio que isso se deva à qualidade do que é feito e à integridade do que é dito. Pego por exemplo, já na primeira página: "corpo (...) contém uma verdade que ninguém nunca fala". É óbvio do que se trata: da extrapolação do fisiológico, de uma lógica de que por mais que se tente diagnosticar "nunca se fala". Abre-se uma porta à compreensão disso que não sabemos muito bem o que é. A força de "Lembre-se da luz e acredite na luz/ Um instante de claridade antes da ...

Retorno

Volto a me aproximar do teatro. Heiner Muller diz mais a mim do que quase todos, pelas experiencias de vida. A cenografia hoje me parece distante, quase artificial demais. Shakespeare eu tenho de decifrar, e isso me incomoda. Prefiro outras traducoes das que tenho. O cinema me atrai pelas possibilidades, mas me parece falseado, pouco documentado, distante do real.