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passo a passo

comecei no teatro lendo um texto meu no sesc vila mariana lotado, em peça do queridíssimo gerald.


daí fiz algumas outras, quase todas pequenas, quase todas monólogos ou quasi-monólogos. uma eu apresentei para amigos numa escola, outras fiz para as satyrianas, sempre fazendo tudo. até 2011, quando fiz uma peça de outro cara.

agora surgiu a oportunidade de f i n a l m e n t e apresentar o monólogo encenado. se der tudo certo, serei dirigido pela queridíssima lê trebbi.

pararia por aí se hoje não tivesse finalmente ficado em casa, sem varar a noite desta vez. deu-me vontade de finalmente mandar ver com uma peça longa. ontem mesmo eu vislumbrei alguns caminhos e pus-me a tocá-los. a música na peça é bem importante, influência patente do marião - não só nisso.

comecei engatinhando, mas a trama começou meio que ao acaso. está assumindo uma cara legal. fico feliz.

para inspirar-me, vi cenas de cães de aluguel e agora resolvi dar uma parada, para descansar e recarregar a bateria - literalmente, a minha e a das baterias mesmo. amanhã farei com um amigo uma pequena entrevista para cenas para outra peça. sei lá, foi uma ideia que me ocorreu. é sobre as peripécias de um vendedor de livros que passou 30 anos sofrendo o amazonas na pele. histórias quase fantásticas, sempre extraordinárias.

deu meia noite e o mundo não acabou. ora.

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