Pular para o conteúdo principal

Fire in the sky (Malmsteen)

o título é de uma música do malmsteen.


não adianta. o cara é brega, totalmente estrela, deve até ser chato, mas eu amo o que ele faz.

esta música, a penúltima de magnum opus - olha só o cara -, é para cima do jeito que eu gosto.

pois o que me irrita um pouco no gosto que adquiri é o tom para baixo de tudo, ou quase tudo.

porra, a vida não tem nada de para baixo, muito menos a minha. nem vou dizer por quê. vocês têm de acreditar.

fato é que minha vida também não é o contar e recontar de tragédias.

sim, me fudi várias vezes - e a peça do marião, o inferno em mim, tem me feito refletir bastante a respeito, mas no final das contas permaneço aqui presente, com boa saúde, bem instalado, com muitos livros e agora amigos e conhecidos que se reproduzem continuamente. ontem mesmo, no parlapa, criei várias novas ligações e uma puxa a outra, e assim por diante. reclamar, mas de quê?

financeiramente, 2012 foi um ano complicado. estou levando uma rasteira de gente à qual prestei serviços, e vários, e de boa monta, e isso tem me obrigado a economizar. com tudo.

mas não posso deixar de viver - nem estou disposto a isso. meus hábitos não são desregrados, e por aqui e acolá economizo sem que com isso tenha que arrancar carne de mim mesmo.

o teatro, então, está numa polvorosa inacreditável. formei um grupo. propus uma peça a um diretor. estou escrevendo outra - a quatro mãos. estou num grupo de estudo com um cara que promete bastante. iremos nos apresentar, a lê e eu, no final de janeiro. talvez repitamos a cena da puta, de bestas mortes. caralho, quanta coisa pela frente.

e o jornalismo promete. e as traduções também.

serviços e projetos realmente não faltam. e agora meto-me a melhorar meu corpo, nadar e o caralho. o que esperar mais da vida?

só tenho a agradecer. a todos os que vim a conhecer este ano. ao marião e à dani em particular, que com tanta generosidade vêm me acolhendo lá no teatro deles. claro, tenho prestigiado tudo que têm feito, mas poderia tudo passar em branco. não, eles me acolhem com generosidade e simpatia ímpares. claro que não só eles. o pessoal do bartolomeu, o pessoal do redimunho, o pessoal dos parlapa, a lulu, o grupo da lulu, caralho, o cara dos parlapa da iluminação de cujo nome não me lembro, o pessoal do faroeste, a simpatia do paulo faria, caralho, o ruy, que me permitiu colaborar na antro positivo duas vezes, o alvim, a fê, dona wilma, a filha dela, o vlad dos parlapa, todo mundo. foi um ano do caralho, até o edu guardador de carros. que posso eu mais dizer?

mas eu trabalho também com jornalismo, vivo disso, e não posso negar-me a reconhecer que eles me aceitam e me toleram de forma ímpar. a festa do amigo secreto foi apenas uma pequena prova disso. foi inédito ver como o arthur ficou brincando, me elogiando para caralho, tudo de bom para mim e para todos.

meu terapeuta também, o cadu, foi de uma compreensão impossível de igualar. todas as vezes que ele aguentou minhas mensagens, algumas meio desesperadas, foi foda.

é de madrugada, todos dormindo, ou quase todos, e eu aqui escrevendo estas linhas de agradecimento.

saibam, são extremamente devidas. não tenho como agradecer.

em especial a minha mãe, que como sempre me aguenta quase a não mais poder.

um dia amadureço.

um dia.

luto nessa direção.

me esperem.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Gargólios, de Gerald Thomas

Da primeira vez que assisti a Gargólios, do Gerald (Thomas), na estréia, achei que não havia entendido. Alguns problemas aconteceram durante o espetáculo (a jovem pendurada, sangrando, passou mal duas vezes, as legendas estavam fora de sincronia, etc.) e um clima estranho parecia haver tomado conta do elenco - ou pelo menos assim eu percebi. De resto, entrei mudo e saí calado. Mas eu já havia combinado assistir novamente o espetáculo, com a Franciny e a Lulu. Minha opinião era de que o Gerald, como de praxe, iria mexer no resultado. Por isso, a opinião ficaria para depois. À la Kant, suspendi meu juízo. Ontem assisti pela segunda vez ao espetáculo. E para minha surpresa muito pouco mudou. Então era isso mesmo. Lembro de que minha última imagem do palco foi ter visto o Gerald saindo orgulhoso. A Franciny disse meu nome a alguem da produção, pedindo para falar com o Gerald. Ele não iria atender, e não atendeu. Lembro-me agora de Terra em trânsito, a peça dele com a Fabi (Fabiana Guglielm

(Em) Branco (de Patricia Kamis, dir. Roberto Alvim, Club Noir, 3as a 5as durante o mês de agosto)

Fui à estreia da segunda peça da leva de oito novos selecionados que o Alvim vai encenar municiado de sua leitura na noite anterior. Esperava ver algo relativamente tradicional e nutria um certo receio de déja vu. A atriz e os dois atores permanecem estáticos em quadrados iluminados por baixo. O caráter estático não se refere apenas ao corpo em contraponto com o rosto, mas também a este, mutável apenas (e repentinamente) por expressões fugazes. Os olhares permanecem fixos. O texto segue a ordem 1, 2, 3 (segundo o Alvim, emissores mas não sujeitos), que eu imaginava que iria entediar. As falas são ora fugazes ora propositalmente lentas e sua relação tem muito a ver com o tempo assumido em um e outro momento. Não irei entrar no âmago da peça. Nem irei reproduzir o que a própria autora, o dramaturgo Luciano Mazza e o próprio Alvim disseram no debate posterior a ela. Direi apenas que durante ela nossa sensibilidade é jogada de um lado a outro num contínuo aparentemente sem fim sem c