Os gringos arranjam n
maneiras de realizarem filmes de formação. Por essa denominação quero dizer o
equivalente, em filmes, a esses chamados de romances de formação, como os do
Goethe ou Dickens, ou Tom Jones, ou coisa que o valha. Desta vez, a forma
utilizada foi inusitada.
Tudo faz crer que se
trata de uma trama rasteira - foi o que me atraiu - na vida de um marginal
cheio de pose. Mas não. Embora a gente até ache isso nos primeiros minutos,
corridos numa rapidez avassaladora, com uma linguagem de vídeo bem montada, com
o passar do tempo reparamos que o Bannen do título acabou se metendo numa
enrascada - várias, na verdade - em que ele está em questão. Ou seja, seus
valores, suas saídas, etc.
Não sei se
concomitantemente, mas em algum momento da trama aquilo que chamava a atenção
pela graça machista de ver o mundo de repente transforma-se num duelo de caras
feias, caras de medo, seduções que deixam muito a dever, curiosidade de nerds
por detrás de telas de micro, etc. que não causam a menor empatia. É triste,
isso, porque a trama tinha um personagem bom a explorar, e além disso os vilões
pareciam tirados de gibis, o que lhes dava uma leveza engraçada. Na realidade da
tela, porém, os vilões começaram a lutar contra si mesmos tentando revelar
profundidade que não era necessária, e isso tirou toda a graça da bagaça. Não
senti haver o menor cuidado com as interpretações, com aquilo que o diretor
poderia achar necessário, e isso matou a graça - sim, repito isso uma e outra
vez.
Sentia então o tempo
passar sem nada a me ser revelado, a não ser caras feias, tiros que pareciam de
festim, gostosas sem a menor gostosura, até entender que o Bannen tinha um
problema profundo, uma questão que definira sua vida. E claro, os vilões, cada
um por vez, iriam assumir papel determinante no desenrolar da coisa toda. Puta
merda, que coisa sem graça. Termina, claro, com uma reviravolta que - para quem
ainda estava interessado - poderia ser facilmente identificável. Eu, por outro
lado, agradeci com efusão: fim.
Ah, sim, as
regras: hm, máximas aparentemente engraçadas que só agradam quem precisa delas.
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