Concordo com o que você escreveu, e acho que tem muito a ver com o que coloquei da Mnouchkine. Sobre o final do texto, basicamente arte é signo, código, e um ator emocionado perde a capacidade de precisão e, muitas vezes, até da consciência do signo. Há todo um processo de ensaios para se chegar ao signo ideal, então quando o ator está em cena ele já passou pelo processo que o espectador está passando naquele momento. Não há como nem por que falsear isso impondo emoções do ator, que sempre serão, no fundo, "falsas", porque ator e personagem são coisas diferentes, e o que os aproxima é a consciência das semelhanças, sejam intelectuais ou emocionais ou outras quaisquer.
Cesar Ribeiro
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Por semelhanças quero dizer a consciência da situação vivida pelo personagem, pela peça, pelo contexto do autor, da época etc. Ou seja, a
a transposição disso para certo nível de conhecimento no ator, especialmente racional.
Cesar Ribeiro
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Sobre colocar ou não colocar na página dos ensaios, acho que acaba caindo na mesma coisa que falei sobre o outro texto. Neste último, você fala sobre a sua visão de teatro. Independentemente de eu concordar ou não com o que você escreveu, isso não tem a ver com o objetivo da página, que é falar sobre o processo de montagem do Godot. Porque, se dependesse de eu concordar ou não com o que você escreve, entraria num critério complicado que é: falou o que concordo, entra; falou o que não concordo, não entra. Acho que o caminho não é por aí. E, se entrasse tudo, acabaríamos entrando numa discussão sobre linguagem, porque não há um modo certo ou errado de fazer teatro, e sim o modo em que cada um acredita.
Então acho que a questão é colocar na página sua ótica diretamente relacionada à montagem, como você a vê etc., independentemente de aspectos positivos ou negativos. Mas com a ressalva de não cair no que faz a esmagadora maioria dos críticos de arte, que é elaborar uma crítica que leva mais em conta – quando não apenas – a diferença entre o que esperava ver e o que realmente viu, quando a crítica deveria ser apenas uma análise da obra em si, porque os espaços para discutir o que cada crítico imagina que deva ser a arte teria de ser outro, e não o local da crítica.
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