terminando de ler uma biografia do kerouac, reflito sobre a imensidão de passado que domina nossos passos
entendo por que amigos permanecem sob a influência desse viajante que tentou achar deus e só encontrou perdição
relembro a montagem de uma peça em que o marião faz o prório (kerouac). hoje a leitura seria diferente
é interessante reparar que, em certa medida, quase tudo o que nos rodeia já estava lá, com aquela turma
somos herdeiros não de um estilo de vida mas de convicções arraigadas nas nossas própria fraquezas
agora finalmente leio on the road e entendo a parcela de gênio por trás das palavras desse que depois maldisse a própria obra, pelos efeitos deletérios em sua vida
agora entendo por que o gerald tanto elevou os restos que eu colocava na internet, nos blogs, em minhas andanças pela américa latina. eu precisava compartilhar esse gosto não pelo inusitado mas pelo comum aberto a todos os outros do lado de fora
deixaram marcas indeléveis tantas viagens. mas eu tendo a esquecer os detalhes corriqueiros. ficaram quase somente as marcas de transtornos sofridos por outros e acalentados por mim
o teatro serve-me para provar do OUTRO. para tentar superar essa distância que em mim extravasa entre a razão e minha inconstante emoção. enquanto permaneço assoberbado por decepções e incompatibilidades. a minha paixão não tem quase lugar onde se apresentar. e o casamento só serviu, a esse respeito, para jogar água fria nisso que tanto me formou como homem talvez cruel mas que crê ser honesto
já as peripécias de um meierhold vão numa outra direção. e eu bem consigo imaginar os leitores que entram na dele. gente distinta, até em alto grau - algo que delas me afasta (antes me causava atração)
já quando leio shakespeare a pegada é bem outra. há algo nele que supera as distâncias, e quase sempre sinto-me em casa. é o valor do universal
antes, as pequenas peças que fiz e dirigi saíam em borbotões. não havia quase a intromissão da razão crítica, dessa que tende a dominar os passos. havia apenas emoção, quase. não consigo imaginá-las de outra forma
a concretude física dos sonhos retira-lhes o que de mais valia há neles: a aspiração ao universo. os sonhos só se mantêm quando incompletos. quando se tornam realidade, viram cultura e patrimônio de gente normal. o gênio está sempre sozinho, mesmo quando acompanhado
não que eu seja gênio, claro. nem que eu compartilhe dessa denominação para ninguém. só estou generalizando
entendo por que amigos permanecem sob a influência desse viajante que tentou achar deus e só encontrou perdição
relembro a montagem de uma peça em que o marião faz o prório (kerouac). hoje a leitura seria diferente
é interessante reparar que, em certa medida, quase tudo o que nos rodeia já estava lá, com aquela turma
somos herdeiros não de um estilo de vida mas de convicções arraigadas nas nossas própria fraquezas
agora finalmente leio on the road e entendo a parcela de gênio por trás das palavras desse que depois maldisse a própria obra, pelos efeitos deletérios em sua vida
agora entendo por que o gerald tanto elevou os restos que eu colocava na internet, nos blogs, em minhas andanças pela américa latina. eu precisava compartilhar esse gosto não pelo inusitado mas pelo comum aberto a todos os outros do lado de fora
deixaram marcas indeléveis tantas viagens. mas eu tendo a esquecer os detalhes corriqueiros. ficaram quase somente as marcas de transtornos sofridos por outros e acalentados por mim
o teatro serve-me para provar do OUTRO. para tentar superar essa distância que em mim extravasa entre a razão e minha inconstante emoção. enquanto permaneço assoberbado por decepções e incompatibilidades. a minha paixão não tem quase lugar onde se apresentar. e o casamento só serviu, a esse respeito, para jogar água fria nisso que tanto me formou como homem talvez cruel mas que crê ser honesto
já as peripécias de um meierhold vão numa outra direção. e eu bem consigo imaginar os leitores que entram na dele. gente distinta, até em alto grau - algo que delas me afasta (antes me causava atração)
já quando leio shakespeare a pegada é bem outra. há algo nele que supera as distâncias, e quase sempre sinto-me em casa. é o valor do universal
antes, as pequenas peças que fiz e dirigi saíam em borbotões. não havia quase a intromissão da razão crítica, dessa que tende a dominar os passos. havia apenas emoção, quase. não consigo imaginá-las de outra forma
a concretude física dos sonhos retira-lhes o que de mais valia há neles: a aspiração ao universo. os sonhos só se mantêm quando incompletos. quando se tornam realidade, viram cultura e patrimônio de gente normal. o gênio está sempre sozinho, mesmo quando acompanhado
não que eu seja gênio, claro. nem que eu compartilhe dessa denominação para ninguém. só estou generalizando
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