Fui à apresentação curioso com a cabeça falante que apareceu numa foto de divulgação.
Mas não teve nenhuma cabeça falante. E não sei se isso foi uma perda.
A peça de Marco Catalão, a sétima da Mostra de Dramaturgia Contemporânea, do Club Noir, trata, como é óbvio, do universo do agronegócio. Mas o tratamento não é tradicional.
A pegada é clara: entramos no universo de uma atividade antenada com o que há de mais avançado no agribusiness contemporâneo mas dominada pelo arcaísmo das relações entre os cortadores de cana, a agroempresa, a atividade policialesca e os urubus (a imprensa).
Somos defrontados face um acontecimento: a morte de um indivíduo (não adiantarei quem) e a existência eterna de sua cabeça, falante. Entramos na trama detetivesca de se apurar o assassino, de se entender o porquê da cabeça continuar falando sem parar, nas relações trabalhistas que envolvem a trama e no caráter ritualístico de muito deste universo.
Não irei adiantar o que o espectador irá encontrar no palco, para não tirar a surpresa. Mas avanço que o tratamento segue o bem-sucedido enlace que a Cia. Club Noir faz de peças tradicionais e contemporâneas. Algo que quase sempre me agrada muito, mas isso é só minha opinião. Quem duvida entenda que o Peep Classic Ésquilo da companhia levou diversos prêmios e destaques, abordando de forma potente o texto, a encenação e tudo o que podemos pensar de um teatro contemporâneo agressivo em suas intenções, que são a de levar o espectador muito mais longe do que ele pode imaginar.
Como fui à estreia, pude acompanhar discussão-debate entre o autor, o crítico Valmir Santos, o Roberto Alvim e interessados logo após a encenação. Na ocasião, foram abordados diversos pontos interessantes sobre ela, e, embora vez ou outra me desagradasse uma certa obviedade de algumas questões contemporâneas a ela relativas, pude constatar que o caráter ritualístico de tudo foi o que mais me prendeu a atenção. Motivo pelo qual tentarei revê-la e adquirir o livro.
Mas não teve nenhuma cabeça falante. E não sei se isso foi uma perda.
A peça de Marco Catalão, a sétima da Mostra de Dramaturgia Contemporânea, do Club Noir, trata, como é óbvio, do universo do agronegócio. Mas o tratamento não é tradicional.
A pegada é clara: entramos no universo de uma atividade antenada com o que há de mais avançado no agribusiness contemporâneo mas dominada pelo arcaísmo das relações entre os cortadores de cana, a agroempresa, a atividade policialesca e os urubus (a imprensa).
Somos defrontados face um acontecimento: a morte de um indivíduo (não adiantarei quem) e a existência eterna de sua cabeça, falante. Entramos na trama detetivesca de se apurar o assassino, de se entender o porquê da cabeça continuar falando sem parar, nas relações trabalhistas que envolvem a trama e no caráter ritualístico de muito deste universo.
Não irei adiantar o que o espectador irá encontrar no palco, para não tirar a surpresa. Mas avanço que o tratamento segue o bem-sucedido enlace que a Cia. Club Noir faz de peças tradicionais e contemporâneas. Algo que quase sempre me agrada muito, mas isso é só minha opinião. Quem duvida entenda que o Peep Classic Ésquilo da companhia levou diversos prêmios e destaques, abordando de forma potente o texto, a encenação e tudo o que podemos pensar de um teatro contemporâneo agressivo em suas intenções, que são a de levar o espectador muito mais longe do que ele pode imaginar.
Como fui à estreia, pude acompanhar discussão-debate entre o autor, o crítico Valmir Santos, o Roberto Alvim e interessados logo após a encenação. Na ocasião, foram abordados diversos pontos interessantes sobre ela, e, embora vez ou outra me desagradasse uma certa obviedade de algumas questões contemporâneas a ela relativas, pude constatar que o caráter ritualístico de tudo foi o que mais me prendeu a atenção. Motivo pelo qual tentarei revê-la e adquirir o livro.
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