O Sandro (Coimbra) mandou mensagem dia destes no face pedindo indicação de leituras a respeito de Sarah Kane. Ele diz que está para montar a peça Blasted e que precisa saber mais dela. Pergunto aqui e acolá, alguém me diz sobre quem já montou a peça aqui e encontro também alguma coisa na net (livros, têm vários na Amazon). Um ensaio curto e duas dissertações de mestrado, que estou lendo.
Chego à peça um pouco motivado pelo Sandro. Em linhas gerais, ela conta a história de um mundo dominado por soldados, que estupram mulheres e matam criancinhas, do qual Cate e Ian estão escondidos num quarto luxuoso de hotel. Ele, armado, com problemas respiratórios (fuma e está bem mal), ela, gaga quando sob estresse. Não sabemos se eles foram ou ainda são namorados. Masturbam-se, fazem sexo, limpam-se. Ela diz que não o ama. Ele diz que a ama. Aparentemente mais forte, Ian tem pavor de qualquer contato externo e odeia imigrantes. Cate desaparece, entra um soldado, que estupra Ian, lhe tira os dois olhos com a boca, e se mata. Ao final, Cate volta com um bebê agonizando, que morre, enquanto Ian, que já comeu o bebê, está enterrado no assoalho do quarto com a cabeça para fora, e ela lhe dá o que comer. Ela chupa o dedão (ato recorrente).
Bom, contei tudo. Tá certo, vocês vão dizer que eu não deveria ter feito isso. Nada, para sacar o que acontece é realmente preciso ler. Não digo isso por concordar com avaliações dispersas por aí dizendo que a autora é do caralho. Simplesmente algo escapa se raciocinarmos a respeito de tudo ao pé da letra. Acontece tudo isso que eu falei. Mas há algo mais. O que é, não desconfio.
Durante a leitura, fiquei irritado com a pobreza de alguns diálogos, em especial aquele entre o soldado e Ian. Muita porra para lá e para cá e ausência de conteúdo. Tudo bem. Não nego que naquele momento eu estava achando tudo bem fraco. Mas ao final ficou uma impressão estranha. Há algo sobre o ser humano em geral sendo dito nessa trama em que tudo acontece sem aparente motivação. Um trecho de uma das teses que leio diz que não é porque não tem sentido que aquilo que acontece não tem sentido. Entenderam? Tudo bem.
Como pelo jeito não tem nada de mais profundo escrito por aqui sobre ela, a autora e a peça, descubro um campo inexplorado. O que fazer com isso, não sei.
Consigam a peça com alguém ou mesmo na net. Esta tradução, foi a Dani que nos deu.
O Sandro disse que vai me avisar quando forem ocorrer as primeiras leituras. Estou motivado.
Chego à peça um pouco motivado pelo Sandro. Em linhas gerais, ela conta a história de um mundo dominado por soldados, que estupram mulheres e matam criancinhas, do qual Cate e Ian estão escondidos num quarto luxuoso de hotel. Ele, armado, com problemas respiratórios (fuma e está bem mal), ela, gaga quando sob estresse. Não sabemos se eles foram ou ainda são namorados. Masturbam-se, fazem sexo, limpam-se. Ela diz que não o ama. Ele diz que a ama. Aparentemente mais forte, Ian tem pavor de qualquer contato externo e odeia imigrantes. Cate desaparece, entra um soldado, que estupra Ian, lhe tira os dois olhos com a boca, e se mata. Ao final, Cate volta com um bebê agonizando, que morre, enquanto Ian, que já comeu o bebê, está enterrado no assoalho do quarto com a cabeça para fora, e ela lhe dá o que comer. Ela chupa o dedão (ato recorrente).
Bom, contei tudo. Tá certo, vocês vão dizer que eu não deveria ter feito isso. Nada, para sacar o que acontece é realmente preciso ler. Não digo isso por concordar com avaliações dispersas por aí dizendo que a autora é do caralho. Simplesmente algo escapa se raciocinarmos a respeito de tudo ao pé da letra. Acontece tudo isso que eu falei. Mas há algo mais. O que é, não desconfio.
Durante a leitura, fiquei irritado com a pobreza de alguns diálogos, em especial aquele entre o soldado e Ian. Muita porra para lá e para cá e ausência de conteúdo. Tudo bem. Não nego que naquele momento eu estava achando tudo bem fraco. Mas ao final ficou uma impressão estranha. Há algo sobre o ser humano em geral sendo dito nessa trama em que tudo acontece sem aparente motivação. Um trecho de uma das teses que leio diz que não é porque não tem sentido que aquilo que acontece não tem sentido. Entenderam? Tudo bem.
Como pelo jeito não tem nada de mais profundo escrito por aqui sobre ela, a autora e a peça, descubro um campo inexplorado. O que fazer com isso, não sei.
Consigam a peça com alguém ou mesmo na net. Esta tradução, foi a Dani que nos deu.
O Sandro disse que vai me avisar quando forem ocorrer as primeiras leituras. Estou motivado.
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