reassisti a peça com o Tapa na companhia da Valentine, que me encontrou por lá.
eu havia assistido há vários meses e não gostado muito. não por nada, algo me impediu de "entrar" na trama.
desta vez houve muito gelo seco ao entrar e o clima inicial de sauna levou-me mais facilmente à relação entre os personagens - 3 (um homem doente e casado, sua mulher e o ex-marido dela). o triângulo é criado na hora e de cara a relação entre os sexos é o tema predominante. puro strindberg.
mas ao contrário da primeira vez desta vez o texto pula da encenação e me faz refletir. não são mais palavras bem colocadas simplesmente estabelecendo uma relação conflituosa entre os protagonistas. são palavras que levam mais longe e que no meu caso me fazem querer mais lentidão, para eu poder desfrutá-las em tudo que proporcionam.
mas a peça avança, e o contrato entre os dois homens deixa uma peça solta que só a mulher poderia trazer. o marido sente-se esgotado por ela e ela, poderosa, sente-se solta, livre enfim. livre para flertar, por exemplo. livre para pensar na vida de um ponto de vista bem mais amplo que no começo do relacionamento. ela dá as cartas, agora, e ele apenas lamenta, inseguro quanto ao status da relação: marido? amante? irmão (que é como eles se tratam)?
3/5 da peça transcorrida, descobre-se facilmente que o amigo do marido é o ex-marido. e ele, que já havia demonstrado sagacidade, abre o jogo de forma estupenda. ela não percebe o triângulo porque está próxima demais do relacionamento anterior. quando percebe, há o embate. mas ele traz apenas esclarecimento, não simplesmente vingança. ao final, o homem ao quarto ao lado se revela - é o marido. a peça termina com uma frase forte de que me esqueci.
eu parecia estar um pouco cansado do realismo do Tapa. mas ele me convenceu. sorri diversas vezes e consegui entrar na trama a ponto de deixar de refletir de fora, simplesmente deixando-me conduzir com um ratinho. o teatro causou novamente o seu efeito.
saímos, a valentine e eu, e conversamos sobre esse realismo. ficamos até as 1h num fran's da vida. novamente fui capturado pelo bom teatro. sem querer muito mais do que isso, mas insatisfeito com algo que só a mim diz respeito.
eu havia assistido há vários meses e não gostado muito. não por nada, algo me impediu de "entrar" na trama.
desta vez houve muito gelo seco ao entrar e o clima inicial de sauna levou-me mais facilmente à relação entre os personagens - 3 (um homem doente e casado, sua mulher e o ex-marido dela). o triângulo é criado na hora e de cara a relação entre os sexos é o tema predominante. puro strindberg.
mas ao contrário da primeira vez desta vez o texto pula da encenação e me faz refletir. não são mais palavras bem colocadas simplesmente estabelecendo uma relação conflituosa entre os protagonistas. são palavras que levam mais longe e que no meu caso me fazem querer mais lentidão, para eu poder desfrutá-las em tudo que proporcionam.
mas a peça avança, e o contrato entre os dois homens deixa uma peça solta que só a mulher poderia trazer. o marido sente-se esgotado por ela e ela, poderosa, sente-se solta, livre enfim. livre para flertar, por exemplo. livre para pensar na vida de um ponto de vista bem mais amplo que no começo do relacionamento. ela dá as cartas, agora, e ele apenas lamenta, inseguro quanto ao status da relação: marido? amante? irmão (que é como eles se tratam)?
3/5 da peça transcorrida, descobre-se facilmente que o amigo do marido é o ex-marido. e ele, que já havia demonstrado sagacidade, abre o jogo de forma estupenda. ela não percebe o triângulo porque está próxima demais do relacionamento anterior. quando percebe, há o embate. mas ele traz apenas esclarecimento, não simplesmente vingança. ao final, o homem ao quarto ao lado se revela - é o marido. a peça termina com uma frase forte de que me esqueci.
eu parecia estar um pouco cansado do realismo do Tapa. mas ele me convenceu. sorri diversas vezes e consegui entrar na trama a ponto de deixar de refletir de fora, simplesmente deixando-me conduzir com um ratinho. o teatro causou novamente o seu efeito.
saímos, a valentine e eu, e conversamos sobre esse realismo. ficamos até as 1h num fran's da vida. novamente fui capturado pelo bom teatro. sem querer muito mais do que isso, mas insatisfeito com algo que só a mim diz respeito.
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