Tracy Letts é o autor da moda. Seja por filmes (Álbum de Família), seja por peças (Killer Joe, e esta, Bichado), o norte-americano tornou-se o queridinho de muitos que apostam num teatro hiperrealista e com mensagens subliminares interessantes. Esta montagem de Bug (nome original), dirigida por Zé Henrique de Paula, aposta, como o próprio Letts indica no original, num hiperrealismo ferrenho para contar a história de um ex-recruta que acaba caindo nos amores de uma mulher, uma garçonete, que vive só e que lhe dá guarida, a ele e aos seus fantasmas. Porque ele, personagem, tem fantasmas, e eles dizem respeito a "bichos", insetos, corpúsculos que, ele diz, tomam conta dele e do ambiente em que ele se aloja, sem se saber por quê. No começo, os insetos meio que "aparecem" por ruídos cuja fonte é então determinada. Depois eles aparecem mesmo, na cama - ele os vê, ela não -, no quarto, na sala, em todo lugar. O clima claustrofóbico criado pela direção num cenário ...