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Sobre peças e peças

Hoje à noite tem uma peça do grupo Lume lá no Memorial da América Latina. De graça, a peça já foi muito elogiada em todo canto.


Mas não estou muito motivado a ver peças por aí. E olha que amanhã vou à Penha ver uma outra.

Estou com falta de introspecção. De embarcar em viagens internas.

Talvez por isso mesmo eu esteja também reacionário a relações de amizade ou de amor. Creio querer avançar nesses campos, mas me sinto pouco à vontade. Preciso dialogar com meu íntimo, primeiro.

Noite dessas fui me aproximando de alguém mas algo em meu íntimo me questionava, por quê? o que você quer MESMO?

As peças escritas e os livros em geral fazem-me girar em meu próprio eixo.

Ontem peguei as memórias do Isaac Bashevis Singer numa banca e me senti avançando nessa direção. Não comprei o livro porque posso encontrá-lo MUITO mais barato em sites por aí. Logo devo comprá-lo em um desses sites. É a tecnologia.

Estou sumamente cansado de estar do lado de cá, na platéia. Quero entrar no palco, ocupá-lo. Mas, para que isso possa acontecer, é necessário algo mais. Não tenho mais medo de embarcar. Mas algo também me retém, preciso admitir.

Hoje após o almoço um amigo, que é cego, mas que pelo visto enxerga bem mais que eu em meus melhores momentos, me destrinchou em meros minutos, e foi daí que algo disso eu pus no meu blog pessoal - só para desencargo.

Isso só para dizer o quanto ainda preciso enfrentar - em mim.

Não sei ainda se irei assistir à peça do Lume.

Mas sei que ando insatisfeito. E o fato é que por mais que eu veja coisas interessantes por aí nada mesmo me satisfaz.

Não é um problema do teatro.

É meu.

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