Muito bem, assisti então pela 7a vez a peça do Grupo Cemitério. Com duas mudanças de elenco. Mas com tudo praticamente do mesmo jeito. O que dizer, agora?
Eu me convencia que queria ver novamente a peça para conferir as mudanças. Não era bem verdade.
Algo no jeito que o pessoal do Cemitério tem de encenar os universos próprios e alheios me encanta. É um certo realismo, sim, mas é também um espaço à loucura. Explico.
Os personagens de Hotel Lancaster, do Marião, são tudo menos "normais". Todos em busca de pico ou de grana ou de poder. A exacerbação vem de parte do Odusvaldo, feito pelo Napão, drogado em completa assintonia com o ambiente. Ou sintonia, quem sabe. Algo no Odusvaldo me fascina. Não consigo conceber mais o ser humano em sua normalidade. Talvez seja isso inclusive o que me afasta de encenações realistas com base em dilemas comuns - mesmo que muito importantes.
Na peça do Bukowski, a assintonia está com a Tammy, interpretada pela Samya Enes. A Tammy, como está no livro, é um ser limítrofe. Está no mundo, sim, mas não sabemos em que mundo. Tammy foge da normalidade como o óleo da água. Há sim algo de histriônico demais no personagem encenado, algo que a própria Samya reconhece. Mas tendo sido escolha da direção cabe avaliar o que fica. E fica algo fascinante, novamente. É certo que não mais aprecio atores que tentam ganhar a parada no grito. Mas na Tammy o grito está no lugar certo. É algo que não existe na realidade, mas que por isso mesmo torna-se ainda mais crível, vocês compreendem?
A mudança de elenco disse respeito aos personagens do Pablo e da Erika e Fernanda, também. Não importa muito o que achei a respeito. Importa, como o próprio Loureiro está dando uns toques, avaliar a construção em si do ator em cima do personagem. Sei apenas que a cena, das 7 vezes, em que mais me emocionei aconteceu nesta encenação - quando a Lydia se despede do Chinaski. Algo bateu, na hora, sei lá o quê.
Vão antes que acabe.
Eu me convencia que queria ver novamente a peça para conferir as mudanças. Não era bem verdade.
Algo no jeito que o pessoal do Cemitério tem de encenar os universos próprios e alheios me encanta. É um certo realismo, sim, mas é também um espaço à loucura. Explico.
Os personagens de Hotel Lancaster, do Marião, são tudo menos "normais". Todos em busca de pico ou de grana ou de poder. A exacerbação vem de parte do Odusvaldo, feito pelo Napão, drogado em completa assintonia com o ambiente. Ou sintonia, quem sabe. Algo no Odusvaldo me fascina. Não consigo conceber mais o ser humano em sua normalidade. Talvez seja isso inclusive o que me afasta de encenações realistas com base em dilemas comuns - mesmo que muito importantes.
Na peça do Bukowski, a assintonia está com a Tammy, interpretada pela Samya Enes. A Tammy, como está no livro, é um ser limítrofe. Está no mundo, sim, mas não sabemos em que mundo. Tammy foge da normalidade como o óleo da água. Há sim algo de histriônico demais no personagem encenado, algo que a própria Samya reconhece. Mas tendo sido escolha da direção cabe avaliar o que fica. E fica algo fascinante, novamente. É certo que não mais aprecio atores que tentam ganhar a parada no grito. Mas na Tammy o grito está no lugar certo. É algo que não existe na realidade, mas que por isso mesmo torna-se ainda mais crível, vocês compreendem?
A mudança de elenco disse respeito aos personagens do Pablo e da Erika e Fernanda, também. Não importa muito o que achei a respeito. Importa, como o próprio Loureiro está dando uns toques, avaliar a construção em si do ator em cima do personagem. Sei apenas que a cena, das 7 vezes, em que mais me emocionei aconteceu nesta encenação - quando a Lydia se despede do Chinaski. Algo bateu, na hora, sei lá o quê.
Vão antes que acabe.
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