Donnie Brasco (dir. Mike Newell), baseado em Donnie Brasco/ Minha vida secreta na Máfia, de Joseph Pistone
Lembro-me de que certa noite deparei-me com o livro do ex-agente do FBI numa livraria na Brigadeiro Luís Antônio e que comecei a lê-lo em pé, lá mesmo. Quando o concluí, o comprei.
Foi um dos livros que eu li com maior atenção na época.
Depois saiu o filme e lá fui eu ver a adaptação.
O livro tem um negócio que não sai de mim que é a ligação por amizade entre Sonny Black e o agente.
Ao final, o agente sai, o FBI comunica a máfia, os caras se conformam mas, como de praxe, matam quem de direito - e os outros que não matam acabam virando ratos, ou informantes em outras palavras. Sonny Black, que era capitão, foi morto poucos meses depois de forma bem cruel.
O filme dá todo um realce a Lefty Ruggiero, que foi o responsável pela entrada do agente na família - e que virou rato, mas que não foi um grande amigo do agente. Lefty é encarnado por Al Pacino. Ao final, Lefty é morto. A questão da amizade permaneceu no filme, mas deturpada. Nunca mais vi filme ou livro algum que aprofundasse a questão como eu gostaria.
Noite dessas contei ao Gabriel do filme e expliquei minha posição. Ele achou interessante. Não vou me estender aqui sobre ela. Sei apenas que é algo sobre o que eu pretendo tratar algum dia.
A questão fundamental aqui, em que discuto sobre a adaptação, é que, embora a questão da amizade permanecesse, ela resultou esmaecida. Não ficou a profundidade da realidade. Sonny e Donnie eram amigos porque respeitavam-se como homens de pulso. No caso do filme, Lefty sofre mas o respeito e a amizade, mesmo com os destinos como foram, não são ressaltados. A amizade permanece, sim, mas permanece também no ar a questão da traição. No livro esta questão nem é ladeada. Há um aspecto que me cabe retomar, porém. Assistindo vários anos depois, percebo o quanto a reconstituição cultural foi bem feita, e como o amor - no caso, entre Lefty do filme e Donnie - consegue comover, um pouco, pelo menos. Outro ponto é que, bem ao final, Pacino repete uma frase que foi dita quase perfeitamente pelo próprio Sonny Black, e que não deixa de emocionar (pelo menos eu me emociono). Mas, como já disse, algo fica de fora. Algo que fica para mim, para que minha insistência possa conduzir a alguma coisa (creio).
Bom, o filme e o livro são já bastante velhos (este fim de semana, preferi ficar em casa, pelo menos uma noite, lendo peças e textos às pencas). Voltando (ao filme e ao livro): quem achar interessante pode comparar, quem sabe.
Foi um dos livros que eu li com maior atenção na época.
Depois saiu o filme e lá fui eu ver a adaptação.
O livro tem um negócio que não sai de mim que é a ligação por amizade entre Sonny Black e o agente.
Ao final, o agente sai, o FBI comunica a máfia, os caras se conformam mas, como de praxe, matam quem de direito - e os outros que não matam acabam virando ratos, ou informantes em outras palavras. Sonny Black, que era capitão, foi morto poucos meses depois de forma bem cruel.
O filme dá todo um realce a Lefty Ruggiero, que foi o responsável pela entrada do agente na família - e que virou rato, mas que não foi um grande amigo do agente. Lefty é encarnado por Al Pacino. Ao final, Lefty é morto. A questão da amizade permaneceu no filme, mas deturpada. Nunca mais vi filme ou livro algum que aprofundasse a questão como eu gostaria.
Noite dessas contei ao Gabriel do filme e expliquei minha posição. Ele achou interessante. Não vou me estender aqui sobre ela. Sei apenas que é algo sobre o que eu pretendo tratar algum dia.
A questão fundamental aqui, em que discuto sobre a adaptação, é que, embora a questão da amizade permanecesse, ela resultou esmaecida. Não ficou a profundidade da realidade. Sonny e Donnie eram amigos porque respeitavam-se como homens de pulso. No caso do filme, Lefty sofre mas o respeito e a amizade, mesmo com os destinos como foram, não são ressaltados. A amizade permanece, sim, mas permanece também no ar a questão da traição. No livro esta questão nem é ladeada. Há um aspecto que me cabe retomar, porém. Assistindo vários anos depois, percebo o quanto a reconstituição cultural foi bem feita, e como o amor - no caso, entre Lefty do filme e Donnie - consegue comover, um pouco, pelo menos. Outro ponto é que, bem ao final, Pacino repete uma frase que foi dita quase perfeitamente pelo próprio Sonny Black, e que não deixa de emocionar (pelo menos eu me emociono). Mas, como já disse, algo fica de fora. Algo que fica para mim, para que minha insistência possa conduzir a alguma coisa (creio).
Bom, o filme e o livro são já bastante velhos (este fim de semana, preferi ficar em casa, pelo menos uma noite, lendo peças e textos às pencas). Voltando (ao filme e ao livro): quem achar interessante pode comparar, quem sabe.
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