Estava perto da Augusta. Parei no Espaço Itaú e vi o cartaz com os atores. Gostei, achei que fosse algo tipo Gladiador e entrei.
O começo causou-me uma estranheza, ao assistir homens mal-encarados recitando um texto como no teatro. Bruto morto, o espetáculo acabou, ele resssuscita e os atores agradecem os aplausos. Um grito de triunfo.
Sou encaminhado ao quê da peça. Eles são detentos. Alguns ligados à máfia. Outros em perpétua por outros motivos. Fazem testes para atuarem em Julio César, do bardo.
Os testes são engraçados. Os tipos, inesquecíveis. Estamos face a homens condenados. Que tentam papéis de destaque na produção. Os papéis são atribuídos, eles começam o trabalho.
Reunião de direção, ensaios das primeiras cenas, tudo vai se encaminhando. O final não importa, até porque fora dado de antemão. Importa é a intromissão da ficção na realidade e curtir a acepção dada pelo bardo aos personagens. Entendemos por que César acaba se tornando um personagem menor face o inquieto e autodestrutivo Bruto.
Como não poderia deixar de ser, as vidas dos detentos misturam-se às dos personagens, e estes passam a viver na pele dos primeiros de forma inédita. Quase sentimos a identidade dos primeiros face os últimos. A vida entremeia-se à ficção. À história.
A prisão torna-se palco de cenas da peça e os detentos alheios a ela aparecem como turba que assiste a tudo embevecida. Percebe-se como a arte torna a vida inviável.
Ao final, descobrimos - nesse trabalho que é comum na Itália - que dois dos envolvidos "escapam" pela via da escrita e que um - o ator que faz Bruto - escapa realmente das grades - torna-se ator.
Haveria muito mais a dizer se eu tivesse conseguido ler a obra inteira pelo bardo. Mas isso fica para depois. O divertimento, além de garantido, deixa uma impressão amarga na boca. A realidade obriga a que nos acostumemos que nunca mais iremos ver essas almas penadas na tela. São condenados. Sua liberdade já se deu, mas no palco. Na vida, não é mais permitido.
O começo causou-me uma estranheza, ao assistir homens mal-encarados recitando um texto como no teatro. Bruto morto, o espetáculo acabou, ele resssuscita e os atores agradecem os aplausos. Um grito de triunfo.
Sou encaminhado ao quê da peça. Eles são detentos. Alguns ligados à máfia. Outros em perpétua por outros motivos. Fazem testes para atuarem em Julio César, do bardo.
Os testes são engraçados. Os tipos, inesquecíveis. Estamos face a homens condenados. Que tentam papéis de destaque na produção. Os papéis são atribuídos, eles começam o trabalho.
Reunião de direção, ensaios das primeiras cenas, tudo vai se encaminhando. O final não importa, até porque fora dado de antemão. Importa é a intromissão da ficção na realidade e curtir a acepção dada pelo bardo aos personagens. Entendemos por que César acaba se tornando um personagem menor face o inquieto e autodestrutivo Bruto.
Como não poderia deixar de ser, as vidas dos detentos misturam-se às dos personagens, e estes passam a viver na pele dos primeiros de forma inédita. Quase sentimos a identidade dos primeiros face os últimos. A vida entremeia-se à ficção. À história.
A prisão torna-se palco de cenas da peça e os detentos alheios a ela aparecem como turba que assiste a tudo embevecida. Percebe-se como a arte torna a vida inviável.
Ao final, descobrimos - nesse trabalho que é comum na Itália - que dois dos envolvidos "escapam" pela via da escrita e que um - o ator que faz Bruto - escapa realmente das grades - torna-se ator.
Haveria muito mais a dizer se eu tivesse conseguido ler a obra inteira pelo bardo. Mas isso fica para depois. O divertimento, além de garantido, deixa uma impressão amarga na boca. A realidade obriga a que nos acostumemos que nunca mais iremos ver essas almas penadas na tela. São condenados. Sua liberdade já se deu, mas no palco. Na vida, não é mais permitido.
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