"Hotel Lancaster", clássico cult de Mário Bortolotto, faz vinte e um anos em cartaz. Não direto, nos mesmos lugares, é claro. O velho Lanca, como é chamado pelos íntimos, está há exatos vinte e um anos circulando por teatros de perfis os mais diversos localizados, a maioria deles, no centro da capital paulista. Agora encerra a temporada no recente CIT-Ecum, complexo com 3 teatros localizado bem no meio da Avenida da Consolação, resultado do investimento de atores e empresários do setor.
A penúltima temporada do velho Lanca passou-se naquilo que iria se tornar o recente Teatro Cemitério de Automóveis, na rua Frei Caneca, próximo ao CIT-Ecum. O teatro Cemitério é o resultado de uma parceria entre Bortolotto e a atriz e empresária Danielle Cabral, que compraram o ponto super bem-localizado e no qual desenvolvem uma agitada maratona de peças, shows, oficinas, etc. (eu mesmo fiz várias destas últimas e assisti n vezes todas as peças em cartaz).
A trajetória do velho Lanca confunde-se com a de seu diretor, Marcos Loureiro, que à época (em meados dos 90) não havia ainda dirigido nada com as próprias mãos. Loureiro teve a ideia de dirigir a recém composta peça do então praticamente desconhecido Bortolotto e com recursos próprios bancou a empreitada. Alguns dos atuais atores na peça ainda são do elenco original inclusive (em especial Jorge Cerruti).
A peça narra o cotidiano de um hotel que serve para abastecer drogados de vários tipos, navegando entre a vida e a morte. Há desde um homossexual no limiar da insanidade, um baterista muito louco completamente descontrolado, a dona do ponto com os peitos de fora, o jovem disposto a tudo para satisfazer o vício, sua irmã "praticamente virgem" (curioso? assista a peça) e por aí vai. Os diálogos ágeis e crus são o prato principal de toda a trama.
A sala 2 do CIT-Ecum é bem maior que o teatro Cemitério, além do mais estendendo-se para os lados, e isso exigiu de Loureiro e dos atores toda uma ginástica para conduzir o olhar dos espectadores sem criar buracos na apresentação. Mas tudo, ou quase tudo, ocorreu como das outras quatro vezes em que vi o espetáculo. Está tudo lá. A mão segura de Loureiro faz com que a obra do onipresente Bortolotto renda muito do melhor, sendo muito difícil para qualquer um sair insatisfeito. Hoje, em que este texto é apresentado, é o fim de mais uma breve temporada que, com certeza, irá ser seguida por outra que irá levar a peça para mais outros longos anos. Vida longa ao velho Lanca. (escrito para a revista Viciosa Trupe)
A penúltima temporada do velho Lanca passou-se naquilo que iria se tornar o recente Teatro Cemitério de Automóveis, na rua Frei Caneca, próximo ao CIT-Ecum. O teatro Cemitério é o resultado de uma parceria entre Bortolotto e a atriz e empresária Danielle Cabral, que compraram o ponto super bem-localizado e no qual desenvolvem uma agitada maratona de peças, shows, oficinas, etc. (eu mesmo fiz várias destas últimas e assisti n vezes todas as peças em cartaz).
A trajetória do velho Lanca confunde-se com a de seu diretor, Marcos Loureiro, que à época (em meados dos 90) não havia ainda dirigido nada com as próprias mãos. Loureiro teve a ideia de dirigir a recém composta peça do então praticamente desconhecido Bortolotto e com recursos próprios bancou a empreitada. Alguns dos atuais atores na peça ainda são do elenco original inclusive (em especial Jorge Cerruti).
A peça narra o cotidiano de um hotel que serve para abastecer drogados de vários tipos, navegando entre a vida e a morte. Há desde um homossexual no limiar da insanidade, um baterista muito louco completamente descontrolado, a dona do ponto com os peitos de fora, o jovem disposto a tudo para satisfazer o vício, sua irmã "praticamente virgem" (curioso? assista a peça) e por aí vai. Os diálogos ágeis e crus são o prato principal de toda a trama.
A sala 2 do CIT-Ecum é bem maior que o teatro Cemitério, além do mais estendendo-se para os lados, e isso exigiu de Loureiro e dos atores toda uma ginástica para conduzir o olhar dos espectadores sem criar buracos na apresentação. Mas tudo, ou quase tudo, ocorreu como das outras quatro vezes em que vi o espetáculo. Está tudo lá. A mão segura de Loureiro faz com que a obra do onipresente Bortolotto renda muito do melhor, sendo muito difícil para qualquer um sair insatisfeito. Hoje, em que este texto é apresentado, é o fim de mais uma breve temporada que, com certeza, irá ser seguida por outra que irá levar a peça para mais outros longos anos. Vida longa ao velho Lanca. (escrito para a revista Viciosa Trupe)
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