Há cineastas que me enchem os olhos. Há outros que me convencem pela proposta. Mas há um, em especial, que sempre é lembrado pelo artesanato de seus blockbusters mas que me convence por outro motivo. Esse cara é o Michael Mann.
Não tenho tudo dele. Em especial, atrai-me Heat, que assisto sem parar. Mas agora assisto Colateral e me veio uma reflexão em especial que gostaria de compartilhar com vocês.
Todo mundo sabe como é a sensação de se ferrar. De saber que não adianta reclamar. Não adianta reagir. Não adianta fazer nada. Simplesmente se está ferrado e dá aquele friozinho na barriga pelas consequências. Ou uma sensação física de preocupação - um friozinho expresso em leve suar no pescoço.
Bom, essa sensação está em Heat. O momento é quando Van Zant recebe a mensagem de Neil dizendo que este fala com um telefone mudo porque quem está do outro lado está morto. A câmera então capta o rosto do ator, do lado esquerdo da tela, olhando para um interlocutor suposto - o Benny, guarda-costas - sem qualquer expressão. É preciso dizer mais?
Todo mundo sabe - homens, principalmente - como é a sensação de não ter feito o papel de homem-macho, que é o de tomar a iniciativa com uma mulher. A sensação de ter deixado a ocasião passar. A sensação de se sentir um homem menos macho, como que uma vergonha para a sociedade.
Bom, essa sensação está em Colateral. É quanto o motorista do filme fica com aquele papo furado de dar um tempo, tomar umas férias de si mesmo, com a advogada, na verdade procuradora, e lhe dá uma foto das ilhas Maldivas. Não é preciso diálogo algum. Nem um close no rosto do motorista. Tudo é tramado artesanalmente. Os cortes bruscos da câmera mostram o motorista dialogando consigo mesmo e lamentando o ocorrido. Aí a procuradora volta e lhe dá um cartão, com uma desculpa esfarrapada. Pronto.
Lembro-me então do primeiro filme que eu conheço de Mann. É um que eu tenho em fita de uma montanha amaldiçoada e que mata uma legião de nazistas que se metem a espertos. O filme causou-me uma impressão e tanto quando o vi. Impressão que não amainou mesmo lembrando os efeitos especiais especialmente ridículos.
Quem quiser, então, confira outros filmes do cara. No caso de Miami Vice, não me lembro de cena em especial. Mas tem de haver. Tem de haver.
Não tenho tudo dele. Em especial, atrai-me Heat, que assisto sem parar. Mas agora assisto Colateral e me veio uma reflexão em especial que gostaria de compartilhar com vocês.
Todo mundo sabe como é a sensação de se ferrar. De saber que não adianta reclamar. Não adianta reagir. Não adianta fazer nada. Simplesmente se está ferrado e dá aquele friozinho na barriga pelas consequências. Ou uma sensação física de preocupação - um friozinho expresso em leve suar no pescoço.
Bom, essa sensação está em Heat. O momento é quando Van Zant recebe a mensagem de Neil dizendo que este fala com um telefone mudo porque quem está do outro lado está morto. A câmera então capta o rosto do ator, do lado esquerdo da tela, olhando para um interlocutor suposto - o Benny, guarda-costas - sem qualquer expressão. É preciso dizer mais?
Todo mundo sabe - homens, principalmente - como é a sensação de não ter feito o papel de homem-macho, que é o de tomar a iniciativa com uma mulher. A sensação de ter deixado a ocasião passar. A sensação de se sentir um homem menos macho, como que uma vergonha para a sociedade.
Bom, essa sensação está em Colateral. É quanto o motorista do filme fica com aquele papo furado de dar um tempo, tomar umas férias de si mesmo, com a advogada, na verdade procuradora, e lhe dá uma foto das ilhas Maldivas. Não é preciso diálogo algum. Nem um close no rosto do motorista. Tudo é tramado artesanalmente. Os cortes bruscos da câmera mostram o motorista dialogando consigo mesmo e lamentando o ocorrido. Aí a procuradora volta e lhe dá um cartão, com uma desculpa esfarrapada. Pronto.
Lembro-me então do primeiro filme que eu conheço de Mann. É um que eu tenho em fita de uma montanha amaldiçoada e que mata uma legião de nazistas que se metem a espertos. O filme causou-me uma impressão e tanto quando o vi. Impressão que não amainou mesmo lembrando os efeitos especiais especialmente ridículos.
Quem quiser, então, confira outros filmes do cara. No caso de Miami Vice, não me lembro de cena em especial. Mas tem de haver. Tem de haver.
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