Segundo livro de uma série de cinco, encabeçados por "Dramáticas do Transumano", de Roberto Alvim (veja resenha neste mesmo blog), o livro que inclui as peças de Leprevost e Kamis vem com um prefácio que resume (mas de forma alguma esgota) a proposta de Alvim para o entendimento dessas oito obras resultantes de oficina transcorrida em Curitiba com dramaturgos iniciantes que ele vem publicando uma após a outra.
Nesse sentido, resenhar os textos presentes neste livro suporia, antes de entender a proposta de Alvim, reconhecer que nisso que é revelado há algo de estranho no reino da dramaturgia. Ao que não é difícil de se chegar.
"Hieronymos", de Leprevost, foi a primeira das obras do ciclo encenada pela Cia Club Noir. Lembro-me como se fosse hoje da estreia, a que compareci, e que foi acompanhada de uma provocativa explanação do dramaturgo e crítico Ruy Filho e de um bate-papo com o próprio Leprevost. Lembro-me também da forma pela qual Alvim escolheu fazer representar o Hieronymus (claramente retirado do pintor pré-renascentista) e sua trajetória apenas rascunhada na peça e que Alvim pretendeu colocar em cena de forma inovadora. Causou uma certa estranheza tudo isso que fora proposto, e era afinal essa a intenção.
O mesmo ocorreu com a obra de Kamis, que na estreia contou com uma explanação do dramaturgo e professor Luciano Mazza e com um bate-papo com a autora. Posso dizer que a forma pela qual a obra foi encenada (com 3 figuras imóveis, cada uma de uma cor diferente, encenando um texto aparentemente chapado e inexpressivo) causou também uma forte impressão, a ponto de começar a entender algo a partir de uma declaração da dramaturga e atriz Kamis quanto àquilo que realmente experimentamos - um "branco", uma tela em branco em que colocamos o real. Muito interessante, também.
A quem aprecia tanta provocação (na medida, além disso, do fato de que as encenações de Alvim e Galdino são, segundo eles, apenas "umas" leituras, havendo com certeza muitas outras), adquirir este livro é uma boa pedida. Mas não se queira ter bichos com pés e cabeças. Os tempos são outros e tentar enjaular o pensamento ou a arte é sinal de tempos há muito passados.
Nesse sentido, resenhar os textos presentes neste livro suporia, antes de entender a proposta de Alvim, reconhecer que nisso que é revelado há algo de estranho no reino da dramaturgia. Ao que não é difícil de se chegar.
"Hieronymos", de Leprevost, foi a primeira das obras do ciclo encenada pela Cia Club Noir. Lembro-me como se fosse hoje da estreia, a que compareci, e que foi acompanhada de uma provocativa explanação do dramaturgo e crítico Ruy Filho e de um bate-papo com o próprio Leprevost. Lembro-me também da forma pela qual Alvim escolheu fazer representar o Hieronymus (claramente retirado do pintor pré-renascentista) e sua trajetória apenas rascunhada na peça e que Alvim pretendeu colocar em cena de forma inovadora. Causou uma certa estranheza tudo isso que fora proposto, e era afinal essa a intenção.
O mesmo ocorreu com a obra de Kamis, que na estreia contou com uma explanação do dramaturgo e professor Luciano Mazza e com um bate-papo com a autora. Posso dizer que a forma pela qual a obra foi encenada (com 3 figuras imóveis, cada uma de uma cor diferente, encenando um texto aparentemente chapado e inexpressivo) causou também uma forte impressão, a ponto de começar a entender algo a partir de uma declaração da dramaturga e atriz Kamis quanto àquilo que realmente experimentamos - um "branco", uma tela em branco em que colocamos o real. Muito interessante, também.
A quem aprecia tanta provocação (na medida, além disso, do fato de que as encenações de Alvim e Galdino são, segundo eles, apenas "umas" leituras, havendo com certeza muitas outras), adquirir este livro é uma boa pedida. Mas não se queira ter bichos com pés e cabeças. Os tempos são outros e tentar enjaular o pensamento ou a arte é sinal de tempos há muito passados.
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