Seis quadros. Nem tão breves, nem tão longos. Cliente de prostituta que quer apenas desabafar. Noiva dividida entre amar e odiar seu noivo às vésperas do casamento. Amiga que se revela amando a mulher do melhor amigo. Gordo amante à beira de matar a própria mãe para agradar a amante interesseira. Namorado não aguentando mais. Sujeito louco para transar com duas irmãs, que perdem a esperança de encontrar o amado perfeito. Todos à beira ou em cima de uma cama, que muda de posição a depender da cena (e que quebrou rs). Tudo muito agradável e bem tramado, sempre com recursos mínimos. Os recursos de cena e de iluminação são simples e eficazes (como sempre nas peças do Marião). Os momentos entre as cenas trazem certa melancolia, pelas sombras dos personagens que se movimentam como que perdidas. As trilhas conduzem o espectador ao universo blues que embala qualquer cidade grande. A um desavisado, pode parecer que pelo inusitado das cenas o desfecho deve ser fundamental. O que não acontece, dada a concisão, verossimilhança e comicidade dos diálogos. A gente sai leve, sem sentir o tempo passar, embalado por um mundo subterrâneo que se mostra cada vez mais nosso.
Ésquilo, Os Persas (lido) Ésquilo, Prometeu Acorrentado (lido) Jacqueline de Romilly, A Tragédia Grega (lido, em parte) Anne Surgers, Scénographies du théâtre occidental (lido, começo)
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